Brasil desponta no tabuleiro geopolítico com terras raras e enfrenta pressão dos EUA
Terras raras brasileiras viram peça de barganha na guerra tarifária: soberania e futuro tecnológico em jogo

O Brasil se transformou em protagonista estratégico no cenário global, devido às suas vastas reservas de terras raras, foco de interesse explícito dos Estados Unidos em meio ao acirramento da guerra comercial e ao recém‑anunciado tarifaço de 50% contra produtos brasileiros. Os minerais críticos, usados em ímãs potentes para turbinas, carros elétricos, eletrônicos avançados e tecnologia militar, colocam o país na mira de Washington.
Segundo dados do Serviço Geológico dos EUA, o Brasil detém a segunda maior reserva mundial de terras raras, atrás somente da China, embora responda por apenas 1% da produção global. Entre os elementos valorizados estão neodímio e praseodímio, cruciais para a produção de ímãs permanentes de alta performance, cujo preço pode ultrapassar R$ 5.000 o quilo..
Em encontro realizado em 24 de julho na embaixada dos EUA com representantes do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), o encarregado de negócios Gabriel Escobar sugeriu negociações para garantir o acesso a esses minerais. O objetivo: criar um canal para mitigar o impacto das tarifas americanas.
A resposta do presidente Lula foi imediata e enfática: “Aqui ninguém põe a mão” nos recursos naturais brasileiros, reafirmando a soberania nacional sobre a mineração mineral estratégica.
Fatores de pressão e cenário global
- A China domina 70% da produção global de terras raras e controla quase todo o processamento — dando aos EUA e à UE forte dependência tecnológica.
- O Brasil emergiu como alternativa estratégica com reservas em regiões como Minaçu (GO), Amazonas, Bahia, Minas e até na formação submersa da Elevação do Rio Grande, no Atlântico Sul.
- A mina de Minaçu, primeiro empreendimento nacional de escavação comercial de terras raras, já produz concentrado com impacto ambiental reduzido.
- O projeto de Política Nacional de Minerais Críticos e Estratégicos tramita no Congresso justamente para valorizar esse potencial e evitar dependência externa