Silas Malafaia convoca ato “Reaja Brasil” em todas capitais em defesa de Bolsonaro
Pastor mobiliza manifestações em 3 de agosto contra o STF e o governo Lula — Bolsonaro fica impedido por medidas cautelares.

O pastor Silas Malafaia, figura de destaque na base evangélica bolsonarista, anunciou neste mês a mobilização nacional batizada de “Reaja Brasil”, com protestos marcados para 3 de agosto de 2025 em todas as capitais brasileiras. Ele será o principal coordenador do ato e promete estar presente em São Paulo, na Avenida Paulista.
O movimento surge como resposta às recentes medidas cautelares impostas ao ex‑presidente Jair Bolsonaro pelo ministro Alexandre de Moraes: uso de tornozeleira eletrônica, proibição de redes sociais, recolhimento domiciliar aos finais de semana e impasse de comunicação com investigados, entre eles seu filho Eduardo Bolsonaro. Essas restrições impedem Bolsonaro de participar fisicamente dos atos.
A convocação “Reaja Brasil”, segundo Malafaia, representa a retomada do protagonismo popular:
“Agora não são os políticos que convocam o povo, é o povo que convoca os políticos, porque já estamos nas ruas”
Os organizadores também planejam vídeos com participação de políticos e apoiadores, reforçando a narrativa de que as manifestações ecoam as vozes do cidadão comum, como reação à “suposta perseguição judicial” promovida pelo Supremo.
Nos últimos dias, aliados bolsonaristas começaram a intensificar esse discurso. O vereador Rafael Ranalli (PL‑MT), por exemplo, convocou a mobilização na capital mato-grossense, criticando o governo Lula e o STF como alvo dos protestos sob o mote da liberdade de expressão e contra o “cerceamento de direitos”. A própria movimentação tem sido tratada como continuidade de uma onda anterior, que incluiu buzinaços e carreatas — com baixa adesão em algumas capitais.
Essa ofensiva coincide com uma rede de articulação entre figuras como Eduardo Bolsonaro e líderes evangélicos que defendem anistia para condenados nos atos de 8 de janeiro e pressão contra o STF por suas decisões
Malafaia lidera uma tentativa clara de mobilização política que ultrapassa barreiras democráticas, convocando o público a reagir contra as instituições do Estado de Direito. A campanha “Reaja Brasil” tenta se apresentar como espontânea, mas é coordenada por figuras como Malafaia e vereadores alinhados ao PL. O uso de retórica de “povo convocando políticos” mascara um esforço de instrumentalização política que fere a lógica plural e institucional do debate democrático.