Em tom agressivo, ex-presidente dos EUA reforça tarifação como retaliação política e intensifica pressão sobre a diplomacia de Lula.

Genebra / Brasília, 24 de julho de 2025 – A poucos dias da aplicação da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros pelos Estados Unidos, o ex-presidente Donald Trump voltou a criticar o Brasil. Ele justificou a medida como resposta política ao julgamento de Jair Bolsonaro, declarando que o país estaria envolvido em uma “caça às bruxas” contra seu aliado — uma denúncia que alimentou tensões diplomáticas e levantou suspeitas de chantagem comercial.

A tarifa entra em vigor em 1º de agosto, mas, nas últimas semanas, o Brasil já intensificou tentativas de diálogo. O vice-presidente Geraldo Alckmin descreveu sua conversa com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, como “boa e produtiva”. Bolsonaro, contudo, perdeu apoio mesmo dentro de setores do agronegócio, enquanto Lula consolidou popularidade ao posicionar-se contra o “abuso de poder” norte-americano.

Economistas, além da CNI, estimam que a tarifa pode causar um impacto devastador em setores como café, suco de laranja e carne exportados ao mercado americano. Alguns produtores alertam sobre a inviabilidade financeira de continuar exportando mesmo com a produção em alta.

O ministro da Economia, Fernando Haddad, anunciou a montagem de um plano de contingência que inclui linha de crédito para até 10 mil empresas brasileiras afetadas. O Brasil também prepara retaliações com base na Lei da Reciprocidade Comercial.

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