Comitiva tenta convencer Washington da necessidade de diálogo e evitar possível crise econômica para o agro.

Um grupo de oito senadores, liderado por Jaques Wagner (PT‑BA), parte rumo aos Estados Unidos no fim desta semana com o objetivo de negociar a suspensão do pacote de tarifas de 50% imposto pelo governo Trump sobre produtos brasileiros, previsto para entrar em vigor em 1º de agosto.

Na preparação da missão, o grupo se reuniu com o Itamaraty — incluindo o chanceler Mauro Vieira — e com a embaixadora nos EUA, Maria Luiza Viotti. Juntos, alinharam uma estratégia diplomática: apresentar os impactos econômicos, fortalecer canais institucionais e envolver empresários americanos na causa brasileir.

A ação parlamentar pretende dialogar com autoridades e o setor privado nos EUA entre 29 e 31 de julho, buscando apoio político e sensibilização sobre os prejuízos do “tarifaço”. A previsão é que o setor agropecuário brasileiro sofra queda de até 48% nas exportações aos EUA, com perdas estimadas em US$ 5,8 bilhões só neste ano, afetando produtos como suco de laranja, açúcar e etanol.

A comitiva reúne senadores de diferentes partidos — governo, oposição e centro — entre eles Marcos Pontes (PL‑SP), Carlos Viana (Podemos‑MG), Esperidião Amin (PP‑SC), Fernando Farias (MDB‑AL), Nelsinho Trad (PSD‑MS), Rogério Carvalho (PT‑SE) e Tereza Cristina (PP‑MS). Jaques Wagner destacou que a missão não é uma afronta, mas reafirma a disposição do Brasil de dialogar sem abrir mão da soberania.

Apesar do alinhamento institucional, a ofensiva não agrada a todos. Eduardo Bolsonaro criticou o esforço como “vazio de legitimidade”, defendendo que o Brasil só deve negociar após retomar “liberdades fundamentais”.

Nos bastidores, cresce o entendimento de que o “tarifaço” expôs fissuras na estratégia bolsonarista, incentivando um movimento diplomático mais pragmático e menos ideológico.

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