Redação

A reação nacional às provocações do governo Trump não é apenas econômica — virou política. Pesquisa Pulso Brasil/Ipespe, feita entre os dias 19 e 22 de julho, aponta que 61% dos brasileiros rejeitam a postura de Donald Trump, ante 55% em maio, após o anúncio do “tarifaço” de 50% sobre produtos brasileiros. A aprovação a Trump caiu de 39% para 33%.

No plano interno, Jair Bolsonaro sofreu forte desgaste. Seu comportamento durante a crise com os EUA resultou em 60% de desaprovação, com apenas 32% de apoio. Eduardo Bolsonaro também está em queda, com 59% de reprovação.

A avaliação positiva de Lula resiste: ele é bem avaliado por 50% dos entrevistados, contra 45% que desaprovam seu desempenho. Já a decisão de Trump de revogar vistos de ministros do STF encontra rejeição de 57% da população.. Paralelamente, 55% apoiam a taxação de big techs como forma de reagir ao tarifão norte-americano.

Contexto geopolítico

A origem da onda de tensão foi o anúncio de Trump, em 9 de julho, de um aumento de 50% nas tarifas sobre produtos brasileiros, motivado por críticas ao julgamento de Bolsonaro como “caça às bruxas”. Essa medida, além de afetar diretamente setores como café, carne e tecnologia, provocou protestos — inclusive nas redes sociais, com o chamado “vampetaço” de memes nacionais.

Globalmente o estrago político também se espalha: a imagem dos EUA no Brasil e no mundo despencou — aprovação americana caiu de 64% para 56%, segundo pesquisa Quaest/Pew

Conclusão

O povo brasileiro deixou claro: não aceita ser intimidad@ pelos EUA. A rejeição a Trump e a desaprovação a Bolsonaro abrem caminho para um debate urgente — sobre soberania, comércio justo e justiça social. Esse cenário exige ação firme de Lula e seus aliados: retaliação econômica, fortalecimento de cadeias produtivas, regulação de big techs e ampliação da diplomacia do Sul Global. O momento é de virar o jogo: usar a crise para defender o Brasil e avançar com soberania real.