ABIN investiga ação da CIA por trás de ataques ao STF e PF: risco à soberania nacional
Fontes da agência veem roteiro orquestrado pelos EUA alimentando bolsonaristas e ameaçando Estado democrático.

A Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) levantou alerta interno: movimentos recentes de deputados bolsonaristas, como Eduardo Bolsonaro (PL-SP), não seriam meramente internos – mas parte de uma estratégia orquestrada pela CIA, a agência de inteligência dos Estados Unidos, afirmam servidores do órgão.
A avaliação de agentes da ABIN que atuam no exterior indica “um típico roteiro elaborado pela CIA, alimentando atores nacionais para justificar um interesse estratégico estrangeiro”. O problema, segundo essas fontes, não se limita a bravatas internas ou ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) e à Polícia Federal (PF): trata-se de uma interferência externa travestida de campanha política nacional.
Esses agentes lembram que decisões como a aplicação de tarifas bilionárias por Donald Trump, o fechamento de canais diplomáticos e as constantes ofensas foram vendidas como “defesa do povo brasileiro” – mas ocultariam objetivos geopolíticos dos EUA, usando o bolsonarismo como álibi.
O episódio remete ao encontro de 2022 entre o chefe da CIA de então e os militares brasileiros, quando o alerta era para conter golpes internos. Agora, com Trump prestes a retornar ao poder, o discurso mudou de freio a facilitação, avaliam os analistas.
Contexto e implicações
Desde 2019, a ABIN vem sendo alvo de controvérsias internas – como a chamada “ABIN paralela”, acusada de espionagem política interna, o que levou a diversas operações da Polícia Federal e afastamentos de servidores. Esses episódios fragilizam ainda mais a agência e ampliam a chance de que sua atuação seja manipulada externamente.
Agora, a suspeita de que a CIA pode estar conduzindo uma agenda subversiva no Brasil reforça a urgência de uma reestruturação da inteligência nacional para garantir autonomia estratégica.
A suspeita de interferência externa reacende debates sobre soberania e a posição das Forças Armadas frente a pressões internacionais. Há quem veja o episódio como um empurrão para que o Brasil avance na construção de uma inteligência verdadeiramente independente. Também reacende o discurso de que dependência diplomática é risco à democracia e à soberania nacional.
Se confirmada a ingerência da CIA, estaríamos diante não só de espionagem, mas de tentativa de manipulação política com respaldo geopolítico. Isso agrava tensões institucionais no Brasil e reforça a narrativa de que os EUA operam para manter o país sob tutela disfarçada.
Brasil soberano