Presidente aprova medida que subordina agências independentes ao controle político, num grave retrocesso à consolidação democrática e ao legado da Maidan

Milhares de ucranianos saíram às ruas de Kiev, Lviv, Dnipro e Odessa desde 22 de julho, desafiando até o toque de recolher sob lei marcial, para protestar contra a controvérsia lei assinada por Volodymyr Zelensky. A reforma transfere o controle das agências independentes NABU e SAPO para o procurador-geral — nomeado pelo presidente — um golpe à autonomia institucional e risco grave aos valores democráticos conquistados após a revolta de 2014.

Zelensky tenta justificar a medida como forma de “limpar a infraestrutura anticorrupção da influência russa” e acelerar investigações, prometendo um plano em duas semanas para garantir a “eficiência e legalidade” do sistema. Mas ativistas acusam-no de rompimento de um pacto de guerra — que até então silenciava críticas internas em nome da união nacional.

A reação internacional foi imediata: União Europeia, G7, alemães e franceses classificaram a lei como retrocesso democrático que ameaça o financiamento e o processo de adesão da Ucrânia à UE. Organizações como Transparency International alertam: “retrocesso massivo em reformas anticorrupção” e “sinal claro de autoritarismo nascente”.

O confronto entre Zelensky e a sociedade soa como um alerta vermelho: subordinar a fiscalização ao político, especialmente em pleno conflito, é um desserviço à democracia. A esquerda progressista internacional deve condenar esse ataque institucional e apoiar o povo ucraniano que hoje resgata o compromisso com os anseios de 2014 — não assina retrocessos sob o pretexto de segurança ou guerra.

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