Senador ataca medidas do STF adotadas contra Jair e Eduardo Bolsonaro e tenta mobilizar base bolsonarista

O senador Flávio Bolsonaro (PL‑RJ) protocolou nesta quarta-feira (23 de julho de 2025) no Senado o seu 29º pedido de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. O documento aponta “abuso de poder”, “censura prévia” e crime de responsabilidade, em resposta às medidas cautelares que proibiram o ex‑presidente Bolsonaro de se manifestar publicamente — mesmo de forma indireta — e que resultaram no bloqueio das contas e Pix dos filhos Eduardo e Jair.

Flávio sustenta que Moraes aplica um “critério ideológico seletivo”, comparando com decisões em favor de figuras da esquerda, como Lula, Dilma e Zanin, sem impor sanções semelhantes. O senador também reforça que as ações do STF violam garantias constitucionais de liberdade de expressão e colocam em risco a imparcialidade judiciária.

Um embate institucional e ideológico

O novo pedido ocorre em meio ao aumento das tensões entre bolsonarismo e Judiciário. Enquanto o STF avança no enfrentamento de milícias digitais, fake news e autoritarismo, parlamentares do PL priorizam pautas polêmicas: anistia ampla para investigados pelo ato golpista de 8 de janeiro, mudança no foro privilegiado e acusações contra ministros do STF. Flávio defiende essa narrativa, buscando apoio político dentro de uma base radicalizada.

Apesar da articulação, a presidência do Senado, sob Davi Alcolumbre (União‑AP), não tem à disposição maioria para pautar os impeachments. A possibilidade de tramitação permanece incerta diante das resistências institucionais.

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