Comitiva de senadores aos EUA vira alvo de Eduardo Bolsonaro
Deputado foragido ataca missão que dialoga sobre tarifaço e exige “anistia irrestrita” para alinhamento com Trump

O deputado foragido Eduardo Bolsonaro (PL‑SP), atualmente nos Estados Unidos, esvaziou nesta terça-feira (22 de julho de 2025) a missão enviada pelo Senado ao país norte‑americano para negociar contra o “tarifaço” de 50% imposto por Trump às exportações brasileiras. Em nota nas redes sociais, ele classificou a ação como “fantocheiro gesto institucional” e declarou que “não há sequer início de discussão sem anistia ampla, geral e irrestrita” aos bolsonaristas investigados.
A comitiva, com composição suprapartidária chefiada pelo senador Nelsinho Trad (PSD‑MS) e incluindo figuras como Jaques Wagner (PT‑BA) e Marcos Pontes (PL‑SP), parte entre os dias 29 e 31 de julho para Washington, com a missão de dialogar com o Congresso americano sobre os impactos da tarifa.
Na visão de Eduardo, a iniciativa “não tem legitimidade” enquanto o governo brasileiro não adotar medidas “para restaurar as liberdades fundamentais” — sob a ótica de que apenas uma anistia política permitiria iniciar conversas reais com Trump. “Os senadores não falam em nome de Bolsonaro, mesmo sem nunca dizer o contrário”, ironizou o filho do ex-presidente.
A ofensiva expõe a tática bolsonarista: transformar insubordinação institucional em moeda de pressão internacional. Eduardo, com seu discurso agressivo, segue tentando minar a diplomacia pública do Brasil e se posicionar como linha de defesa direta do imperativo trumpista — enquanto ignora o grave risco à soberania nacional que o “tarifaço” representa.
O episódio intensifica a disputa interna no Brasil: de um lado, uma missão parlamentar legítima busca diálogo multilateral para prevenir impactos econômicos à sociedade; de outro, Eduardo aposta na lógica da anistia como moeda de troca, reforçando conluio com o eixo bolsonarista‑trumpista e desprezo pelas consequências reais ao país.