Itamaraty acusa uso coercitivo de tarifas, mobiliza apoio global e reforça análise de Leonardo Stoppa

Em Genebra, nesta quarta-feira (23 de julho de 2025), o governo brasileiro levou à Organização Mundial do Comércio (OMC) um duro alerta contra a escalada de tarifas internacionais. O embaixador Philip Fox‑Drummond Gough denunciou o “uso indevido de tarifações” como ferramenta de chantagem política e advertiu para o caminho “perigoso” rumo à instabilidade e possivelmente à guerra.

No discurso, o diplomata criticou “tarifas arbitrárias, implementadas de forma caótica”, que vêm desestabilizando cadeias globais de valor e elevando os riscos de recessão — especialmente diante da ameaça de sobretaxa de 50% enviada pelos EUA a partir de 1º de agosto, no contexto do julgamento de Jair Bolsonaro. A fala brasileira recebeu apoio de cerca de 40 países, incluindo Brasil, Rússia, China, Índia, UE e Canadá.

A denúncia oficial reforça o que o analista Leonardo Stoppa destacou em sua live recente: o “tarifaço” imposto por Trump pode se tornar justamente o “estopim para uma transformação industrial no Brasil” — sinal de que o país está reativando cadeias produtivas internas e fortalecendo a soberania econômica.

Gough acrescentou ainda que decisões econômicas hoje têm impacto geopolítico. “Negociações baseadas em jogos de poder são atalhos perigosos para a instabilidade e, em última instância, para a guerra”. Cobrou, por fim, reformas na OMC para retomar seu papel legítimo de fiscalização contra práticas predatórias.

A OMC terá agora papel crucial em avaliar a denúncia brasileira, que já mobilizou sanções dos EUA justificada como resposta à suposta competitividade “injusta” do Brasil. A retaliação tarifária foi considerada por Lula como “instrumento de interferência inaceitável”, reforçando a linha diplomática pró-BRICS e a narrativa econômica soberana.

Detalhes da análise de Leonardo Stoppa:

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