Operações bilionárias preparam terreno para tarifação dos EUA, STF investiga possível insider trading

Na manhã de 9 de julho de 2025, um espectro de informação privilegiada atravessou o mercado financeiro brasileiro. Em apenas 75 minutos — entre 11h30 e 12h45 —, foram negociados R$ 6,6 bilhões em contratos futuros de dólar, quase 10% do volume do dia — muito antes do anúncio das tarifas americanas, feito às 16h17 pelo governo Trump.

As maiores operações concentraram-se em grandes players: o BTG Pactual liderou o movimento às 11h38 com R$ 2,7 bilhões em contratos, seguido por transações de instituições como BGC Liquidez, Tullett Prebon e XP Investimentos, com volumes raros de milhares de contratos simultâneos — um claro sinal de movimentação atípica.

Especialistas consultados pela reportagem do ICL destacaram que, embora negociações robustas tenham explicações plausíveis como hedge ou liquidez, a repetição de grandes ordens pouco antes de uma notícia que afetaria o câmbio levanta a suspeita de insider trading. O STF já abriu investigação para identificar possíveis beneficiários com acesso prévio ao “tarifaço”.

Para a AGU, a concentração de volume e intervalos curtos entre as transações são indícios preocupantes: uma rede de operadores pode ter explorado um cenário de baixa liquidez para lucrar com informações privilegiadas. No total, somadas, essas grandes jogadas chegaram a R$ 9,9 bilhões — ou 14% dos R$ 70 bilhões negociados no dia.

A investigação judicial vai apurar se foi apenas estratégia de mercado ou abuso gravíssimo de informação sigilosa. Se comprovado, o episódio abre precedente para limpeza do sistema e punição à elite financeira que aposta contra o povo com dados privilegiados.

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