Decisão reforça limites contra ataques antidemocráticos e uso indevido de recursos na campanha eleitoral.

A Justiça Eleitoral de São Paulo aplicou nesta terça-feira (22 de julho de 2025) a terceira condenação ao influenciador bolsonarista Pablo Marçal (PRTB), tornando-o inelegível até 2032. A decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE‑SP) apontou que, durante a disputa pela Prefeitura de São Paulo em 2024, Marçal cometeu “irregularidades graves”: ofendeu a Justiça Eleitoral, associou seu adversário Guilherme Boulos ao uso de drogas, acusou o sistema eleitoral de corrupção e orientou eleitores a imprimirem material de campanha imprimido com despesas repassadas irregularmente.

O magistrado Antonio Maria Patiño Zorz destacou que as ações de Marçal configuram abuso de poder político e econômico, independentemente de ter avançado ao segundo turno. Para o PSB, autor da ação, a sentença “reforça que não há espaço para atalhos eleitorais, sobretudo quando financiados por práticas vedadas pela legislação”.

Esta é a terceira condenação em menos de um ano. Em fevereiro, o TRE‑SP declarou-o inelegível por oito anos por abuso de poder e ofertas de apoio político em troca de transações via Pix no valor de R$ 5 000. Em abril, Marçal foi penalizado com multa de R$ 420 000 por desobedecer liminar vinculada ao mesmo processo.

A nova sentença aprofunda o ataque à democracia. Ex-bolsonarista que surfou na onda das fake news e da militância inflamada, Marçal acumula hoje três marcações judiciais que questionam sua conduta eleitoral — e apontam para um sistema democrático blindado contra o autoritarismo e a desordem midiática. O resultado? Um banho de realidade: mesmo com dinheiro, seguidores e estratégias agressivas, não há espaço para quem tenta rasgar regras e atacar instituições sérias.

Marçal nega irregularidades e garante que vai recorrer. Mas o recado já foi dado: eleitoral não é terra de ninguém. Quem tenta passar por cima da Justiça, das leis e da ética, terá que enfrentar as consequências.

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