Caminhoneiros se recusam a virar peça de jogo político bolsonarista
Presidente da Abrava derruba manobra de PL e agro e defende categoria de riscos golpistas

O líder da Abrava (Associação dos Condutores de Veículos Automotores), Wallace Landim, o “Chorão”, deu uma resposta firme ao show de força da direita. Ontem, ele foi categórico: a categoria não vai parar o país em apoio a Jair Bolsonaro. É um basta àquelas tentativas de instrumentalizar os trabalhadores para interesses golpistas.
Chorão afirmou que não irá permitir que os caminhoneiros sejam usados como “massa de manobra”. A afirmação vem num momento em que figuras como Zé Trovão, Rodolfo Nogueira e até o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, articulam uma comissão para trazer o agro e os transportadores para uma paralisação política favorável a Bolsonaro.
A manobra de usar a base trabalhadora para surtos políticos é velha, mas desta vez encontrou resistência. Chorão desautorizou qualquer mobilização dessa ordem, alegando que as pautas econômicas — como o impacto das tarifas dos EUA — não podem se confundir com campanhas partidárias. A Associação reforça que decisões políticas não cabem a entidades da categoria.
A recusa de Chorão é um grito de alerta contra a tentativa de agronegócio e bolsonarismo de se apoiar em brados de “defesa do país”, enquanto investem contra a democracia. É a lógica esperta: utilizar setores vulneráveis, empurrando-os para o abismo político.
Essa articulação revela o quanto a extrema-direita teme a baixa aceitação popular, já que recorre até a trabalhadores das estradas para tentar restaurar sua narrativa autoritária. Mas, felizmente, há resistência — mesmo em alas conservadoras, a crise de legitimidade fica exposta.
O recado dos caminhoneiros é claro: não serão instrumento de chantagem política. É a voz da sobrevivência da democracia ecoando pelas estradas. Quem tentar desviar essa pauta — diante dos perigos reais que o Brasil enfrenta — vai encontrar, na classe trabalhadora, uma barreira.