Eduardo Bolsonaro tenta sanções nos EUA contra William Bonner e jornalistas da Globo
Deputado bolsonarista propõe cancelamento de vistos como ação política‑ideológica contra imprensa crítica

O deputado cassado Eduardo Bolsonaro, atualmente nos Estados Unidos, apresentou uma proposta controversa: solicitar ao governo americano o cancelamento de vistos de entrada para jornalistas da Globo, incluindo William Bonner, Natuza Nery e Daniela Lima. A ideia, segundo interlocutores, é usar sanções como forma de intimidação e reação ao que ele chama de “braço midiático do sistema”.
Eduardo teria elaborado uma lista com nomes de jornalistas alvo da manobra, afirmando que os americanos poderiam se posicionar como parceiros na ofensiva contra a imprensa crítica ao clã Bolsonaro. A medida, se concretizada, mira diretamente na liberdade de imprensa e representa tentativa de interferência internacional nos meios de comunicação brasileiros — um ataque grave ao pluralismo e ao direito à informação.
A estratégia faz parte de uma escalada retórica autoritária, em que o bolsonarismo busca transformar críticas jornalísticas legítimas em ameaças externas, qualificadas como perseguição ideológica. A ameaça sobe de tom: acusações sem provas contra jornalistas e condicionamento de vistos internacionais são sinais de intolerância com o contraditório democrático.
Esse episódio expõe outra face da crise institucional brasileira. Ao recorrer a um governo estrangeiro para perseguir a imprensa, o deputado repete padrões do bolsonarismo que desprezam a soberania nacional e cavalga narrativas conspiratórias. A liberdade de imprensa — principal pilar contra o autoritarismo — mais uma vez é alvo de ataque direto, com apoio transnacional embutido.