Aliados de Bolsonaro retaliam veto à anistia e suspendem apoio à ampliação parlamentar como forma de pressão política

Aliados de Jair Bolsonaro reagiram com fúria à falta de anistia para os envolvidos no golpe de 8 de janeiro e ao veto a reuniões de comissões durante o recesso. Agora, articulam uma retaliação direta contra os presidentes da Câmara e do Senado, Hugo Motta e Davi Alcolumbre.

A estratégia dos bolsonaristas é explodir o apoio ao projeto que prevê o aumento do número de deputados federais de 513 para 531. A proposta, encabeçada por Motta e Alcolumbre e aprovada no Legislativo, foi vetada pelo presidente Lula e aguarda nova análise — cenário ideal para usar como instrumento de pressão.

A iniciativa dividiu a base conservadora: a ampliação beneficiaria governadores aliados dos bolsonaristas, corrigindo distorções demográficas. Ainda assim, manter o veto serviria como recado direto para Motta e Alcolumbre, desconectados da agenda bolsonarista.

Caso o veto se mantenha, o mandado segue limitado a 513 deputados, mas a redistribuição de vagas seguirá as regras do STF. Estados populosos como Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco correm risco de perder cadeiras — o que eleva o risco de atritos regionais e complica o jogo político.

Essa movimentação expõe o conluio oportunista do bolsonarismo: monta ofensiva frontal sem compromisso com propostas concretas, tornando o Congresso palco de retaliações políticas, não debate estratégico. Em uma democracia que clama por representatividade e justiça social, usar cargos como barganha revela o profundo desequilíbrio moral do bolsonarismo.

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