Ex‑presidente afirma que não violou restrições, acusa "covardia" do STF e promete esclarecer no prazo dado por Moraes

O ex‑presidente Jair Bolsonaro reagiu com força às alegações do ministro Alexandre de Moraes. Nesta segunda-feira (22/07/2025), Bolsonaro negou ter descumprido qualquer medida cautelar que o proíbe de usar redes sociais diretamente ou por intermédio de terceiros.

Segundo a acusação do STF, Bolsonaro teria violado as restrições ao conceder declarações à imprensa em frente à Câmara, exibindo sua tornozeleira eletrônica — atos reproduzidos em plataformas digitais por aliados, sobretudo por Eduardo Bolsonaro. O entendimento de Moraes é claro: “qualquer tentativa de divulgação por terceiros” configura infração às medidas decretadas.

Em resposta, Bolsonaro qualificou a decisão como “covardia” e defendeu seu direito de falar à imprensa. Em encontro com apoiadores, ele afirmou que “não violou nenhuma determinação” e se comprometeu a apresentar esclarecimentos formais ao STF dentro do prazo de 24 horas.

Advogados de Bolsonaro já preparam a resposta aos questionamentos sobre o uso de redes sociais. O prazo estabelecido por Moraes encerra nesta terça — se a defesa falhar em justificar os fatos, a prisão preventiva pode ser decretada imediatamente.

A decisão reverbera forte tensão institucional. Especialistas divergem: uns sustentam que entrevistas não violam restrições se não houver intenção de burlar a lei; outros alertam que qualquer repercussão em redes, mesmo por terceiros, pode justificar uma prisão preventiva.

Essa ofensiva do STF sinaliza um endurecimento do Judiciário contra o bolsonarismo — e coloca Bolsonaro em posição delicada ao defender-se, sem ultrapassar os limites impostos.

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