Redação

O senador Flávio Bolsonaro embarcou para Lisboa na quinta-feira, 17 de julho de 2025, um dia antes da Polícia Federal iniciar operação com mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro.. O gesto ocorre justamente no momento em que o STF impõe medidas restritivas – como uso de tornozeleira eletrônica e corte de comunicação externa – para Jair Bolsonaro, em investigação por tentativa de golpe e obstrução da Justiça.

A assessoria do senador afirmou que o voo foi coordenado dentro do “recesso parlamentar” e negou qualquer indício de fuga, mas não explicou o destino final nem o motivo oficial da viagem. Ainda assim, a coincidência entre a saída antecipada de Flávio e a ofensiva da PF reacendeu o debate político e jurídico: havia possibilidade de monitoramento ou restrição que evitasse a viagem, segundo especialistas.

Flávio seguiu os passos do irmão Eduardo, que também está fora do país, vivendo sob o manto de estratégias transnacionais enquanto o cerco institucional aperta o clã Bolsonaro. O embarque sem impedimentos contrasta com as duras restrições aplicadas ao pai – alvo central da ofensiva legal.

A movimentação evidencia o fato de que, mesmo com o STF intensificando o cerco ao entorno de Jair, ainda existem brechas para que aliados políticos se escorreguem ao exterior. Isso amplia o desafio institucional: controlar a fuga de membros do clã sem esbarrar em prerrogativas parlamentares ou tecnicalidades legais.