Bolsonaro mente ao dizer que sempre declara dinheiro vivo, diz investigação
Ex-presidente afirmou declarar quantias em espécie, mas PF revelou montante oculto em operação judicial

A investigação da Polícia Federal contradiz diretamente a versão pública de Jair Bolsonaro, que afirmou sempre declarar qualquer dinheiro em espécie. Em operação realizada em 18 de julho de 2025, agentes encontraram US$ 14 mil e R$ 8 mil em casas ligadas ao ex-presidente — valores que não constam nas declarações apresentadas à Justiça eleitoral.
Alega Bolsonaro que possui todos os comprovantes bancários dos saques, mas a forma de armazenamento — incluindo grande parte dos dólares escondidos em uma gaveta de cuecas — reforça a suspeita de ocultação deliberada de recursos para evitar escrutínio público.
A descoberta ocorre em meio ao processo judicial que já resultou na imposição de tornozeleira eletrônica, restrições de contato externo e investigação por tentativas de golpe e influência diplomática. Moradores de Brasília e juristas apontam que essa contradição lança mais lenha no fogo das suspeitas: como confiar num ex-presidente que age à margem da legislação?
O governo e setores populares têm demonizado o fato como um escândalo de caráter institucional e simbólico. Enquanto isso, o STF e a PF seguem avançando nas medidas restritivas e nas investigações, indicando que o cerco ao clã Bolsonaro não retrocederá. O episódio reforça a tese de que a justiça está de olho em desvios e ilegalidades — e que mentiras públicas não sairão ilesas.