Silas Malafaia exalta perseguição judicial e promove Bolsonaro e Eduardo com discurso de vitimização
Pastor tenta transformar cerco legal em vitória política para clã Bolsonaro

O pastor evangélico Silas Malafaia reagiu com histeria à operação da Polícia Federal determinada pelo ministro Alexandre de Moraes na sexta-feira, 18 de julho de 2025. Em entrevista raivosa, ele defendeu que a ação — que incluiu busca, apreensão e tornozeleira eletrônica para Jair Bolsonaro, além de restrição de contato — “não fragiliza, mas fortalece” o ex‑presidente e o deputado foragido Eduardo Bolsonaro, convertendo o cerco jurídico em suposta munição eleitoral.
Malafaia chegou a chamar Moraes de “ditador”, comparando as medidas a uma perseguição política e chegando a afirmar que o Estado Democrático estaria sendo “jogado na lata do lixo”. Em sua retórica de vítimas, ele evocou a fé evangélica: “Deus é especialista em transformar caos em bênção”, sugerindo que a crise jurídica será usada como alicerce para a campanha bolsonarista rumo a 2026.
O discurso de Malafaia revela uma estratégia consciente: transformar a investigação legítima do mandatário que tentou golpe e o filho, foragido por influenciar diplomatas americanos, em espetáculo de vitimização. Ao inflar a narrativa de “caça às bruxas”, ele quer angariar apoio da base religiosa para legitimar seus desmandos institucionais.
Ao afirmar que “nem estupradores nem assassinos violentos são impedidos de falar com a família”, Malafaia tenta relativizar medidas que são resposta necessária ao risco real que as ações do clã Bolsonaro representam à democracia brasileira.
Este episódio institucional escancara o modus operandi bolsonarista: usar a fé e o discurso conspiratório como escudo para escapar da lei. E, ao mesmo tempo, reforça a urgência de proteger as instituições que resistem a esse projeto autoritário. Nesse jogo de narrativas, Malafaia atua como ventilador de ódio, enquanto o Supremo e a PF enfrentam um clã disposto a usar cada recurso — inclusive religioso — para deturpar os limites do Estado democrático.