Senador exorta ex-presidente dos EUA a revogar sobrecarga comercial e sancionar “perseguidores”

Horas após a intensificação da ofensiva judicial contra Jair Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro (PL‑RJ) fez um apelo direto ao ex‑presidente dos Estados Unidos, Donald Trump: revogar a tarifa de 50 % sobre produtos brasileiros e, em vez disso, impor sanções individuais a quem “persegue cidadãos e empresas americanas, viola liberdades, usa cargo público para violar direitos humanos e implodir a democracia de um país para satisfazer seu próprio ego”.

A postagem, feita no X, veio poucas horas depois de a Polícia Federal cumprir mandado de busca e apreensão autorizado pelo ministro Alexandre de Moraes. O ex‑presidente foi alvo de medidas drásticas: tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno, proibição de redes sociais e de contato com diplomatas e investigados — inclusive Eduardo Bolsonaro.

Flávio mencionou que “o justo seria” Trump suspender o tarifaço e “meter sanção individual” aos responsáveis pela operação judicial. Minutos depois, porém, deletou a postagem — justificando que a taxa americana “não está sob nosso controle”.

Essa pressão internacional reflete uma estratégia do bolsonarismo: transformar um episódio judicial interno numa crise diplomática com os EUA, nas vãs tentativas de proteger Bolsonaro da ofensiva judicial.

  • O tarifaço de Trump foi anunciado como resposta à atuação do STF e à operação da PF contra Bolsonaro, aumentando ainda mais a tensão entre Brasil e EUA.
  • A reação do agronegócio e setores empresariais foi imediata — o impacto econômico do arrocho tarifário suscitou fortes críticas em Brasília.
  • Enquanto isso, o presidente Lula acusou Trump de “chantagem política” e afirmou que o Brasil concederá contramedidas por meio da OMC.

Interpretação

Flávio Bolsonaro busca transformar um processo judicial — legítimo e fundamentado — em retaliação diplomática, nacionalizando o “ataque” como ameaça à soberania. Ao suplicar intervenção externa, o bolsonarismo expõe sua fragilidade institucional e sua incapacidade de enfrentar judicialmente o cerco.

Enquanto isso, Donald Trump mostra disposição em usar a economia como instrumento político — uma escalada que pode consolidar tendências de desdolarização no mundo, minando a supremacia monetária dos EUA , num momento em que o Brasil, sob Lula, debate alternativas soberanas ao domínio financeiro norte-americano.

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