Operação Overclean avança e atinge núcleo do desvio de emendas parlamentares, desbaratando organização criminosa

A Polícia Federal desencadeou nesta quinta-feira (17.jul.2025) a quinta fase da Operação Overclean, agora no epicentro do Orçamento Secreto. O alvo principal: o ex-presidente da Codevasf, Marcelo Moreira. E uma das ações mais chocantes: a prisão em flagrante do pai de Moreira, pego com arma de fogo durante buscas em Salvador.

A ofensiva contou com apoio da CGU e da Receita Federal. Foram cumpridos 18 mandados de busca e apreensão em seis cidades — Salvador, Campo Formoso, Senhor do Bonfim, Mata de São João, Petrolina e Brasília — e houve bloqueio de R$ 85,7 milhões de contas de envolvidos.

As apurações apontam um esquema estruturado de organização criminosa, fraudes em licitações, corrupção, peculato e lavagem de dinheiro — com foco em contratos e emendas direcionadas a municípios da Bahia, especialmente Campo Formoso.

Marcelo Moreira presidiu a estatal entre agosto de 2019 e junho de 2025. Seu afastamento foi precedido por solicitações da PF e acatado pelo STF, num reconhecimento claro do risco de infligir investigações.

Além de imputar crimes contra o ex-dirigente, a investigação expõe a influência de parlamentares — em particular, o deputado federal Elmar Nascimento (União‑BA). A malha se estende a familiares, assessores e empresários de São Paulo e Bahia.

A prisão do pai de Moreira pilota o simbolismo do escândalo. Em meio ao cenário de relevância política, o baiano foi flagrado com arma — elemento que complica ainda mais a trama. Ainda não há confirmação se mais prisões ocorrerão entre aliados ou envolvidos — mas a operação segue firme para identificar redes, contratos e entes públicos — e possivelmente com mais capítulos vindouros.

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