Ex-presidente reafirma inocência em caso de tentativa de golpe, aposta em eleição de senadores da base e se oferece para negociar com Trump

O ex‑presidente Jair Bolsonaro rebateu qualquer hipótese de pedir prisão domiciliar se for condenado pela Primeira Turma do STF no processo sobre tentativa de golpe de Estado. “Não peço nada. Sou inocente. Não passa pela minha cabeça a prisão”, afirmou em entrevista no Senado, nesta quinta-feira, 17 de julho de 2025.

Bolsonaro visitava seu filho, o senador Flávio Bolsonaro, quando reafirmou a acusação de inocência, acusando o Judiciário de perseguir inocentes: “Pessoas inocentes presas. Me parece que foram presas para justificar a minha prisão”. Ele ainda apostou na eleição de parlamentares alinhados ao seu projeto em 2026: “Queremos um Senado forte para equilibrar os Poderes”.

A PGR solicitou a condenação do ex‑presidente por cinco crimes, com penas que somam até 43 anos de prisão, incluindo liderança de organização criminosa armada e golpe de Estado.

Em meio a esse cenário, Bolsonaro surpreendeu ao se oferecer para mediar um acordo com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na tentativa de reverter a investigação e as tarifas de 50% impostas ao Brasil. “Acho que teria sucesso uma audiência com presidente Trump. Estou à disposição. Se me der um passaporte, negocio.”.

O ex‑presidente permanece com o passaporte retido desde fevereiro de 2024, em meio à investigação sobre a suposta tentativa de golpe. Ele e seu filho Eduardo Bolsonaro condicionam um possível recuo americano à aprovação de amnistia “ampla, geral e irrestrita” para os envolvidos no 8 de janeiro.

A pesquisa Genial/Quaest aponta que 72% dos brasileiros discordam das razões apresentadas por Trump para as tarifas, mas Bolsonaro tenta relativizar: “Eu sou o culpado? Ele está fazendo com o mundo todo”.

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