Pastor Davi Nicoletti é alvo de inquérito em SP por suspeita de usar igreja para lavar R$ 4 milhões de esquema com criptomoedas.

O pastor Davi Nicoletti, figura influente no meio evangélico bolsonarista, está sob investigação da Polícia Civil de São Paulo por suspeita de usar a Igreja Recomeçar — criada por ele e sua esposa, Cristiane Krever Nicoletti, em 2011 — para lavar dinheiro proveniente de pirâmide financeira com criptomoedas.

Um relatório do Coaf aponta que mais de R$ 4 milhões foram depositados na conta da igreja entre dezembro de 2018 e dezembro de 2019, sem justificativas econômicas claras, e atribuídos ao grupo MDX Capital Miner Digital, alvo de processos em diversos estado. A defesa do pastor alega que o inquérito anterior, que investigava o vínculo direto com a MDX, foi arquivado por ausência de provas, e sustenta que as doações foram voluntárias, sem relação comercial.

Além disso, Nicoletti ganhou repercussão negativa nas redes após declarar, em vídeo de um culto, “Eu odeio pobre. E vou dizer que Jesus nunca foi pobre…” e ainda atacar o ex-presidente Lula, chamando-o de “ladrão”.

Ele também está envolvido em outro processo trabalhista movido por sua ex-empregada doméstica, que alega ter trabalhado 14 horas por dia, com salário inferior ao piso regional, sem atendimento médico após acidente doméstico — o caso foi julgado em maio.

Nicoletti se apresenta como conferencista internacional, autor de livros com apelo à prosperidade e defensor do direito ao porte de armas. Críticos dizem que sua retórica e práticas revelam o oportunismo vigente em setores alinhados ao bolsonarismo, misturando fé, dinheiro e poder.

Até o momento, o inquérito principal — o que apura lavagem de dinheiro via movimentação financeira irregular — ainda tramita, sem decisão judicial pública. A defesa do pastor continua a afirmar que não existem acusações válidas contra ele ou a igreja, e que cabe ao Ministério Público apresentar um crime antecedente que comprove a suspeita de lavagem.

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