Redação

Em pronunciamento nesta quinta-feira (17), Jair Bolsonaro declarou que seu filho Eduardo — deputado federal licenciado — “corre risco de prisão” caso retorne ao Brasil. O ex-presidente ressaltou que o retorno pode resultar em detenção “no aeroporto”, afirmando categórico: “Se Eduardo vier para cá, ele está preso”.

Eduardo está nos Estados Unidos desde fevereiro e permanece afastado do mandato até o próximo domingo (20). Bolsonaro justificou a permanência dele no exterior afirmando que “ele é mais útil lá do que aqui”, já que aqui “está apenas respondendo mais um processo na iminência de ser preso”.

O alerta ocorre em meio à tramitação no Supremo Tribunal Federal do pedido de condenação da Procuradoria-Geral da República — que imputou crimes a Jair Bolsonaro como tentativa de golpe, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa. A PGR solicitou que ele seja condenado a mais de 40 anos de prisão.

Bolsonaro, que participou de entrevista no Senado, declarou que não cogita a própria prisão e classificou o processo como “injustiça”. Ele reforçou a recomendação de que Eduardo permaneça fora do País para não ser detido ao desembarcar.

Aliados do ex-presidente interpretam a postura de Eduardo como estratégia de resistência internacional. Ele teria sido orientado a atuar de fora, pressionando por sanções contra o ministro Alexandre de Moraes e por medidas em defesa dos “golpistas” do 8 de janeiro, embora sua licença termine em poucos dias.

A permanência de Eduardo nos EUA o isenta por ora da inelegibilidade — e impede a perda automática do mandato por ausência —, mas a volta marcaria uma escalada legal capaz de desencadear uma prisão imediata, segundo avaliação política.