Ex-presidente assume tom derrotista ao sair do gabinete do filho Flávio, diante do iminente julgamento no Supremo

Nesta quinta‑feira, 17 de julho de 2025, Jair Bolsonaro surpreendeu ao reconhecer publicamente o estágio avançado de sua derrota judicial: “Vou enfrentar o julgamento, não tenho alternativa”, declarou ao deixar o gabinete do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), seu filho mais velho.

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Pela primeira vez, o ex-presidente abandona a retórica combativa e assume um discurso de rendição. Ao comentar o processo no Supremo Tribunal Federal (STF), que investiga sua suposta tentativa de golpe entre 2022 e 2023, Bolsonaro admitiu que enfrentará o julgamento marcado para setembro — sem vislumbre de defesa eficaz.

A Procuradoria-Geral da República (PGR), sob liderança do procurador-geral Paulo Gonet, acusou o ex-presidente de crimes graves: liderar organização criminosa, tentativa de abolição violenta do Estado de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e grave ameaça ao patrimônio público. O parecer, entregue ao STF em 14 de julho, tem 517 páginas que detalham o papel central de Bolsonaro no plano golpista.

Na mesma ocasião, Bolsonaro voltou a citar possíveis negociação com o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, na tentativa de revogar tarifas de 50% impostas aos produtos brasileiros. “Eu estou em condições, se o Lula me der meu passaporte, eu negocio com o Trump”, afirmou. No entanto, a liberação de seu passaporte depende exclusivamente do STF, e não do governo federal.

O momento revela a fragilidade atual do bolsonarismo institucional. Eduardo Bolsonaro, outro filho influente, já admitiu ter tratado das sanções americanas diretamente com autoridades dos EUA, indicando que a estratégia externa não rendeu os resultados esperados. A defesa tenta atrasos e anulações, mas até os advogados reconhecem que será difícil reverter o quadro.

Com o julgamento se aproximando, o discurso derrotista de Bolsonaro marca um ponto de virada. A aura de invencibilidade desmorona, a base vacila e até lideranças do agronegócio buscam novas garantias com o governo Lula. No STF, relator Alexandre de Moraes mantém firme o cronograma, enquanto a PGR avança com as acusações que podem levar o ex-presidente à prisão por até 43 anos.

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1 comentário em “Bolsonaro já admite derrota no STF: “Não tenho alternativa”

  1. só um retardado acredita nesse asno onde estava essa avlentia na frente do Alexandre de Moraes??

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