Ministros ligados à ultradireita travam esforço real por captura, revelando conivência institucional internacional.

O governo italiano, por meio do ministro do Interior Matteo Piantedosi, confirmou nesta quarta (16) que ainda não localizou a deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP), condenada no Brasil a 10 anos de prisão por invasão do sistema do CNJ e incluída na lista vermelha da Interpol. A chegada dela ao país ocorreu em 5 de junho, antes da emissão oficial do alerta internacional.

Durante sessão parlamentar, Piantedosi esclareceu que diversos informes apontaram para uma possível presença de Zambelli em comunidades religiosas no sul da Itália — mas que, após verificação, tratava-se de engano, não havendo conexão com a bolsonarista.

O parlamentar de esquerda Angelo Bonelli, do partido Verde e Esquerda, questionou “Quem está dando cobertura política a Zambelli?” e acusou o governo da primeira-ministra Meloni de conivência explícita. Segundo ele, a polícia italiana não agiu mesmo com evidências claras de sua chegada.

O silêncio institucional italiano e o “lapso” entre a entrada da deputada em Roma e a divulgação do alerta da Interpol — que impediu sua prisão imediata — revelam uma linha de retórica mais frouxa do que rigorosa na aplicação da justiça internacional. Bonelli não poupou críticas: chamou a proteção política de Zambelli de “crime grave”.

Assim, a Itália expõe contradições: celebra a colaboração internacional em outras frentes, mas parece hesitar diante de uma figura ultradireitista com dupla cidadania. A falta de localização pode representar não apenas falha operacional, mas também falta de vontade política.

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