Gabinete de Hugo Motta empregou cinco parentes de funcionárias fantasmas
Presidente da Câmara é criticado por loteamento de cargos internos com família da fisioterapeuta contratada sem trabalhar

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos‑PB), João Pessoa-PB), enfrenta críticas por ter incluído cinco parentes de funcionárias fantasmas em seu gabinete. A situação envolve a contratação de mãe, irmã, tia e primo de Gabriela Batista Pagidis — fisioterapeuta que exercia a função de secretária parlamentar sem cumprir jornada pública — e mais a mãe de outra servidora que acumulava vínculo com a prefeitura de João Pessoa.
Segundo registros, Gabriela foi nomeada em junho de 2017 e recebeu salários que, no total, ultrapassaram R$ 807 mil ao longo de oito anos, embora mantivesse atividades em clínicas particulares durante seu expediente. A mãe dela, Athina Pagidis, atuou no gabinete entre 2011 e 2019; a irmã Barbara, em dois períodos — 2012–2015 e 2021–2024; a tia Adriana, entre 2017 e 2022; e o primo Felipe, de 2021 a 2023.
Além desse grupo, outra servidora fantasma, Monique Magno, acumulava cargo comissionado no gabinete e emprego oficial na Prefeitura de João Pessoa desde 2021, enquanto sua mãe também passou pelo gabinete de Motta em mandatos anteriores.
Diante da revelação, duas funcionárias — Gabriela e Monique — foram exoneradas, embora outras permaneçam no quadro. Hugo Motta se limitou a afirmar que preza pelo cumprimento das obrigações dos servidores, incluindo os que trabalham de forma remota, sem detalhar as atividades ou apresentar registros de ponto.
O caso reacende questionamentos sobre transparência e moralidade na utilização de recursos públicos, especialmente quando há favorecimento familiar e ausência de fiscalização efetiva. A escalada de contratações sem controle reforça a urgência na adoção de medidas restritivas como a proibição de nomeação de parentes para evitar loteamento de cargos e assegurar que os salários sejam destinados a quem realmente trabalha pela população.