EUA iniciam investigação comercial contra o Brasil a pedido de Trump
EUA iniciam investigação comercial contra o Brasil a pedido de Trump, ampliando guerra tarifária

O governo dos Estados Unidos, por determinação do presidente Donald Trump, iniciou investigação comercial contra o Brasil, a partir da chamada seção 301 da Lei de Comércio de 1974. O procedimento foi confirmado hoje pelo Escritório do Representante de Comércio (USTR), fortalecendo o conflito iniciado com tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros — e confirma a estratégia de Trump de ampliar a guerra comercial EUA Brasil.
O pedido de Trump acusa o Brasil de praticar ações “irracionais ou discriminatórias” contra empresas americanas em setores como comércio digital, pagamentos eletrônicos, etanol, propriedade intelectual e combate ao desmatamento, entre outros. Em discurso, o representante comercial dos EUA, Jamieson Greer, afirmou que a investigação visa corrigir tais práticas e proteger empresas, trabalhadores, agricultores e inovadores americanos.
A decisão já surge em meio ao contexto inflacionário: Trump havia anunciado recortes tarifários, como o “tarifaço” de 50%, e agora soma uma investigação formal, o que poderá resultar em sanções adicionais, restrições ou tarifas futuras.
O procedimento da seção 301 exige que o Brasil seja formalmente ouvido, com prazo definido até setembro para resposta escrita e audiência pública marcada para 3 de setembro. O impacto econômico é visto como potencialmente maior do que o tarifão, pois medidas resultantes da investigação tendem a ser mais duradouras .
Do lado brasileiro, o governo já anunciou que irá reunir dados e argumentos técnicos para contestar cada ponto do processo, e considera mobilizar outros aliados internacionais para reforçar a defesa. A expectativa é de que o Brasil também use instrumentos de reciprocidade previstos na legislação nacional — e possivelmente leve a disputa à OMC em paralelo.
Essa guerra comercial entre os dois países escala para um patamar mais formalizado, com ampliações tarifárias e investigações institucionais. O declínio das exportações brasileiras e eventuais represálias do Brasil podem agravar tensões já existentes na relação bilateral.