Bolsonaro diz que pacificou racha entre Eduardo Bolsonaro e Tarcísio de Freitas
Bolsonaro diz ter contornado crise interna após atrito entre Eduardo Bolsonaro e Tarcísio de Freitas provocado pelo “tarifaço” dos EUA.

O ex‑presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta terça‑feira (15 de julho de 2025) que interveio pessoalmente para superar o atrito entre seu filho, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL‑SP), e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). O desentendimento havia se intensificado após cada um adotar posições diferentes em relação à imposição de tarifas de 50% anunciada pelo ex-presidente dos EUA, Donald Trump, sobre produtos brasileiros.
Bolsonaro relatou, em entrevista ao portal Poder360, que conversou com ambos e “botou uma pedra em cima”, pedindo que Eduardo suspendesse as críticas públicas a Tarcísio, reservando eventuais divergências para conversas privadas. “Tarcísio continua sendo meu irmão mais novo e vamos em frente, nós não podemos dividir”, declarou.
O embate ganhou notoriedade depois que Eduardo criticou o governador paulista por buscar interlocução com empresas e diplomatas dos EUA na tentativa de reduzir o “tarifaço”. Em suas redes sociais, o deputado acusou o gesto de demonstrar “subserviência servil às elites” e disse se sentir “desrespeitado”. Na resposta, Tarcísio havia minimizado a tensão, afirmando não ver problema nas críticas, já que suas ações seriam voltadas ao setor produtivo de São Paulo.
O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, também declarou que Bolsonaro não estava chateado com o aliado, salientando que “é normal em momentos de crise as pessoas pensarem diferente” e reafirmando que todos seguirão alinhados.
O episódio reflete um momento de tensão interna no grupo bolsonarista, impulsionado pela divergência sobre a estratégia de reação ao aumento tarifário dos EUA — que afeta setores como agronegócio e indústria. O gesto conciliatório de Bolsonaro foi visto como um movimento para resguardar a coesão política antes de 2026, quando ele pretende disputar a Presidência, embora ainda sem definição sobre sua elegibilidade.