Redação

O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, deputado Pedro Lupion, afirmou nesta terça-feira que Eduardo Bolsonaro, que está licenciado e residindo nos Estados Unidos, tem agido de forma isolada e sem qualquer articulação com a bancada do agro. Segundo Lupion, o deputado federal não contatou nem dialogou com os integrantes do setor para tratar das tarifas de 50% impostas pelos EUA a produtos brasileiros.

Lupion comentou que Eduardo “está exilado nos Estados Unidos, tem feito o papel dele lá” mas “não teve nenhum tipo de contato conosco”, referindo-se à ausência de comunicação com a Frente Parlamentar. Para o líder do agro, essa postura desafia a lógica de representação e articulação política, sobretudo em meio à grave crise tarifária que afeta exportações brasileiras.

Nos bastidores, a justificativa de Eduardo é de que apenas ele teria acessos privilegiados à Casa Branca e canais diretos com o presidente norte-americano, Donald Trump, o que justificaria sua atuação independente. Essa estratégia, no entanto, provocou desconforto entre parlamentares do agronegócio, que defendem uma abordagem coordenada com a classe produtora e setores comerciais.

A tensão ocorre em meio ao cenário de instabilidade gerado pela imposição da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, agendada para entrar em vigor em agosto. A Frente Parlamentar da Agropecuária busca uma frente unida com o presidente Lula, governo, empresários e diplomacia — mas se depara com o isolamento do deputado licenciado.

O episódio gera questionamentos sobre a eficácia de uma representatividade às cegas, sem integração com as bases que dizem representar – especialmente em Brasília e no setor produtivo. A repercussão interna aponta que, enquanto o mercado agropecuário busca negociação coletiva, Eduardo Bolsonaro segue traçando um caminho unilateral, com risco de gerar danos políticos à frente do agronegócio brasileiro.