Setores empresariais se desligam de Bolsonaro após apoio ao “tarifaço” de Trump, acusando ex-presidente e filho de colocar interesses pessoais acima dos interesses do Brasil.

Líderes do setor empresarial brasileiro anunciaram um distanciamento definitivo em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro e a seu filho Eduardo, após o apoio público deles à imposição de uma tarifa de 50 % sobre produtos brasileiros pelos Estados Unidos. Empresários afirmam que o ex-presidente está “rifando o Brasil por interesses pessoais”, colocando em risco mercados estratégicos em nome de ambições políticas.

O clima de insatisfação se intensificou à medida que Bolsonaro e seu filho passaram a pressionar por uma anistia judicial como moeda de troca para reverter o imposto. Representantes do setor privado relayaram mensagens ao Centrão, expressando total reprovação às articulações do clã Bolsonaro e afirmando que desejam distância desse tipo de estratégia.

Empresários argumentam que a aposta de Bolsonaro no apoio americano foi “imprudente”: com o impacto econômico iminente, setores como agronegócio, indústria e aviação correm risco em função de disputas pessoais. Em resposta, houve uma mudança de postura de figuras tradicionais da direita, como o governador de São Paulo, que, após críticas iniciais, passou a dialogar com empresários em busca de alternativas responsáveis para mitigar os efeitos do “tarifaço”.

O episódio intensificou a percepção de que Bolsonaro prioriza sua estratégia política pessoal, em detrimento do bem-estar econômico do país. Trechos de conversas empresariais internos ressaltam que “estão arriscando mercados importantes por uma disputa particular”.

Impacto sobre o bolsonarismo e saída da agenda governista

A crise provocou desdobramentos políticos significativos: enquanto líderes do Centrão buscam distanciamento, cresce o apoio a figuras como Tarcísio de Freitas, que adotam uma postura mais conciliadora e pragmática com o setor produtivo. O empresariado destaca que iniciativas coletivas com foco no interesse nacional são bem-vindas, mas reforçam que estratégias de confronto inflacionam riscos econômicos e diplomáticos.

Consequências legais e institucionais

O momento coincide com as alegações finais da Procuradoria-Geral da República contra Bolsonaro, que o descreve como principal articulador de uma organização criminosa em tentativa de golpe. A conjuntura política se agrava, com o ex-presidente sob pressão por possíveis desdobramentos judiciais e suas ações sendo criticadas por até mesmo antigos aliados.

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