PGR revela que Bolsonaro apresentou minuta do golpe ao Exército
A Procuradoria-Geral da República enviou ao STF alegações finais apontando que um documento com medidas de exceção — a “minuta do golpe” — foi apresentado por Bolsonaro ao Alto Comando do Exército, com provas como registros, mensagens e documentos apreendidos.

Em suas alegações finais enviadas ao Supremo Tribunal Federal, a Procuradoria‑Geral da República afirma que o ex‑presidente Jair Bolsonaro apresentou ao Alto Comando do Exército uma minuta com “medidas de exceção” destinadas a impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, conforme mostrou reportagem da CNN. O documento foi encontrado juntamente com mensagens de WhatsApp, registros de entrada na residência oficial e outros materiais apreendidos — evidências que sustentam o pedido de prisão cautelar de Bolsonaro e de sete réus.
A PGR sustenta que essas ações fazem parte de uma organização voltada à tentativa de golpe de Estado e à criação de uma estrutura militar paralela, com o “núcleo mais violento” liderado por figuras como o ex‑ministro Walter Braga Netto. O suprimento de minutas, conversas e a participação de militares demonstrariam articulação sistemática para neutralizar o governo eleito.
Trama golpista estruturada com participação militar
Segundo o parecer da PGR, o grupo tinha como objetivos monitorar adversários políticos e estabelecer contramedidas institucionais — em última instância, para interromper a transição democrática. Braga Netto foi identificado como elo entre os conspiradores e o aparato militar mais rígido, reforçando o caráter coordenado da tentativa.
O caso já havia sido relatado em investigações anteriores da Polícia Federal, que apontavam Bolsonaro como cabeça de um plano com múltiplos comandos — uma articulação para subverter as eleições, com apoio parcial das Forças Armadas.