Cid reafirma que Bolsonaro leu e editou minuta do golpe em novo depoimento
Em novo depoimento ao STF, Mauro Cid detalha que Jair Bolsonaro chegou a editar minuta que incluía decreto e prisões de autoridades — mas reduziu alvo apenas ao ministro Alexandre de Moraes

Nesta segunda-feira, 14 de julho de 2025, o tenente‑coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, reafirmou em depoimento ao Supremo Tribunal Federal que o ex‑presidente não só recebeu e leu a chamada “minuta do golpe”, mas também editou o texto. Originalmente, o documento previa detenções de várias autoridades — incluindo ministros do STF e o presidente do Senado — mas foi “enxugado” para focar somente em Alexandre de Moraes.
Cid explicou que o documento tinha duas seções: uma listava interferências institucionais atribuídas ao STF e ao TSE, e outra detalhava ações concretas caso fosse divulgado. Ele revelou que, durante reuniões com o assessor Filipe Martins e um jurista, Bolsonaro fez mudanças específicas no conteúdo.
Segundo o delator, Bolsonaro “enxugou” o trecho que envolvia várias autoridades, restringindo a proposta original para a prisão de apenas um alvo: o ministro Alexandre de Moraes . A edição foi feita sem qualquer deliberação institucional, reforçando o caráter pessoal da decisão.
Esse novo depoimento integra a instrução do inquérito sobre a trama golpista de 2022–2023, em curso no STF. Cid foi ouvido junto a outras testemunhas dos núcleos investigados, e sua fala reforça o indício de envolvimento direto de Bolsonaro nas ações investigadas.
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