Lei da Reciprocidade será ativada até dia 15, reagindo à tarifa de 50%, mas Brasil reafirma compromisso de diálogo com Washington.

O vice-presidente Geraldo Alckmin anunciou que o governo Lula publicará até 15 de julho o decreto regulamentando a Lei da Reciprocidade, abrindo caminho para aplicação de medidas comerciais contra os EUA, após a imposição da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. O gesto da retaliação será acompanhado por uma postura diplomática: o planalto destaca que os países compartilham mais de 200 anos de relações amistosas, e que ainda há espaço para solução negociada.

O equilíbrio entre reação e diálogo

A estratégia brasileira busca conter os efeitos econômicos da sobretaxa — com aplicação técnica de medidas compensatórias — ao mesmo tempo que afasta riscos de escalada diplomática. O decreto tem prazo previsto para publicação até terça-feira (15/7) e sinaliza que, se a tarifa entrar em vigor em 1º de agosto, o Brasil já estará pronto para uma resposta firme, mas sem romper laços históricos e comerciais.

Soberania em jogo

A retaliação só é acionada por meio de lei aprovada no Congresso, o que combina técnica jurídica e política industrial. O Brasil busca enviar uma mensagem: respeita regras do comércio internacional, mas não será subjugado. Trazer a discussão para um patamar institucional reforça a ideia de que o uso de tarifas com motivação política — como retaliar decisões judiciárias — é inaceitável.

Lição para o futuro

O episódio não tratou apenas de comércio; expôs fragilidades geopolíticas e revelou pontos fortes do governo Lula: diálogo estratégico, prontidão institucional e respeito à história de cooperação com os EUA. A resposta será um teste de maturidade diplomática. Quem vigia, em espaço de soberania, pode equilibrar defesa nacional, ambição econômica e alianças globais.


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1 comentário em “Governo prepara resposta a Trump preservando laços históricos com os EUA

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