Redação

Bastou Lula divulgar um vídeo sério sobre o combate a fraudes no INSS para Jair Bolsonaro surgir com o velho script: desdém, ironia e provocação. Numa postagem neste sábado, o ex-presidente não comentou o conteúdo da fala de Lula — sobre os bilhões desviados em aposentadorias irregulares —, mas mirou seus ataques contra os ministros do STF, sugerindo que eles também deveriam ser investigados.

Só que, como sempre, Bolsonaro tenta fugir do que realmente importa: a fraude no INSS no governo Bolsonaro não só existiu como foi potencializada por um desmonte institucional planejado. É o velho truque da extrema-direita: apontar o dedo, gritar “pega ladrão”, enquanto apaga as digitais da própria quadrilha.

Fraude no INSS no governo Bolsonaro: o que se sabe

Durante seu mandato, Bolsonaro transformou o INSS num laboratório de precarização: reduziu equipes de fiscalização, militarizou cargos técnicos, promoveu terceirizações suspeitas e entregou áreas sensíveis a indicados do centrão. Resultado? Crescimento descontrolado de aposentadorias fantasmas, acúmulo de processos e contratos emergenciais sem critério.

Em 2022, o TCU já alertava para a explosão de fraudes e erros em concessões de benefícios — e adivinhe? A maioria datava do período entre 2019 e 2021. Houve inclusive denúncia de servidores que, coagidos, eram obrigados a liberar benefícios sem análise completa, abrindo as portas para esquemas de corrupção que hoje o governo Lula tenta desmontar.

“Cadê os ministros do STF?” — a cortina de fumaça do ex-capitão

A estratégia é batida: quando não há como negar os fatos, Bolsonaro muda de assunto. Em vez de explicar por que seu governo deixou um rastro de descontrole no INSS, ele provoca ministros do Supremo, insinua perseguição e tenta transformar tudo em guerra cultural.

Mas o povo já entendeu. A fraude no INSS no governo Bolsonaro não é uma narrativa: é uma realidade comprovada, com rastros administrativos e orçamentários. Lula, ao expor esse rombo, assume a responsabilidade que o antecessor rejeitou: reconstruir a máquina pública sabotada.

A reconstrução do INSS como desafio nacional

Lula poderia ter optado por culpar o governo anterior — com razão. Mas escolheu expor o problema com transparência. Mostrou que o sistema está doente, sim, mas que há tratamento: revisão de milhares de benefícios, reativação de auditorias, modernização dos sistemas e, sobretudo, devolução da gestão técnica aos técnicos de carreira.

O que Bolsonaro faz? Debocha. Ri. Provoca. Típico de quem nunca teve compromisso com o povo, mas apenas com seus próprios aliados — os mesmos que, em muitos casos, se beneficiaram diretamente da farra previdenciária que agora vem à tona.

O deboche como confissão

Quando Bolsonaro ri de Lula, ele não está apenas sendo sarcástico — ele está confessando. Confessando que perdeu a narrativa, que teme o que as investigações vão revelar, e que prefere o caos à prestação de contas.

Mas a verdade é como imposto: pode atrasar, mas um dia chega. E para a fraude no INSS no governo Bolsonaro, o tempo da cobrança está apenas começando.

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