Entenda como a China forçou os EUA a recuarem na taxação
Poder comercial e domínio das terras raras elevaram o preço político dos EUA, obrigando recuo tarifário.

Em primeiro lugar, a China mostrou que seus trunfos comerciais podem impor recuos estratégicos aos Estados Unidos. Após as tarifas de 10% aplicadas por Washington em fevereiro, Pequim revidou com contramedidas que alcançaram desde energéticos até controle consciente de minérios críticos.
O primeiro movimento de retaliação
Em resposta às tarifas aplicadas em fevereiro, a China impôs cobrança de 15% sobre carvão e gás natural líquido exportados pelos EUA, além de 10% sobre produtos como petróleo bruto, maquinário agrícola e veículos de alta potência.
Domínio estratégico sobre terras raras
A verdadeira ofensiva chinesa se deu no cerne da cadeia global: controle de minerais essenciais. O país restringiu exportações de tungstênio, telúrio, bismuto, molibdênio e índio — detendo entre 70% e 80% da produção mundial desses metais. Além disso, foi imposta licença para exportar elementos como samário, gadolínio, térbio e escândio.
Essa manobra acentuou o poder de barganha de Pequim, pois bloqueou suprimentos essenciais para setores de alta tecnologia e defesa.
A pressão funcionou
O impacto foi rápido: em abril, o “tarifaço” de 34% iniciado pelos EUA deu lugar a um recuo parcial. Washington suspendeu a implementação das medidas contra todos os países com exceção da China.
Dois dias antes de uma importante rodada de negociações em Londres, um assessor econômico da Casa Branca admitiu que os controles chineses sobre terras raras haviam sido “um ponto de discórdia muito significativo”.
Por que isso interessa ao Brasil
Acresce que, ao pressionar os EUA, a China também demonstra sua influência sobre os mercados globais nos quais o Brasil está inserido. Embora esse embate não tenha sido diretamente sobre produtos brasileiros, a escalada de tarifas e contramedidas pode gerar efeitos indiretos sobre as exportações nacionais, já que a dinâmica das cadeias globais de oferta acaba redefinindo condições de mercado.
Conclusão
Por outro lado, a China não se limitou a reagir: usou sua força industrial e tecnológica para pressionar. Transformou uma retaliação imediata em tática sustentável, forçando os EUA a recuarem e abrindo precedentes para disputas futuras onde o domínio dos recursos críticos pode decidir o placar geopolítico.
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