Zambelli consulta Interpol sobre inclusão em lista de procurados
Parlamentar investigada buscar saber se foi inserida na lista vermelha da Interpol após determinação de prisão de Alexandre de Moraes

Em primeiro lugar, Carla Zambelli, deputada do PL‑SP condenada pelo STF, encaminhou um requerimento oficial à Interpol. Ela busca esclarecer se consta na chamada “lista vermelha”, afirmando ser vítima de perseguição política.
Ação da defesa e contexto
A petição, assinada pelo advogado Fábio Pagnozzi, foi enviada à Comissão de Controle dos Arquivos da Interpol. Zambelli argumenta que há relatos de “reportagens nacionais e internacionais” citando solicitação da Polícia Federal à Interpol, mas até agora ela e sua defesa não receberam cópias dos documentos ou confirmação formal. Alegam ainda que procuraram o Itamaraty para cooperação jurídica, sem retorno oficial recebido.
Situação na Interpol e no Brasil
Segundo a Interpol, o nome de Zambelli não consta em sua lista pública de procurados, mas registros sigilosos podem existir. A PF, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, solicitou em 4 de junho sua inclusão na “lista vermelha”, o que permite prisão preventiva em qualquer país membro.
Fuga e cidadania italiana
No final de maio, cerca de vinte dias após a condenação a 10 anos de prisão por invasão de dispositivo informático, falsidade ideológica e inserção de dados falsos no CNJ, Zambelli deixou o Brasil rumo à Itália usando sua cidadania europeia. A PGR pediu prisão preventiva e inclusão na lista da Interpol logo após sua fuga.
Repercussão internacional
O deputado italiano Angelo Bonelli solicitou esclarecimentos às autoridades italianas sobre a possível extradição de Zambelli, classificando a situação como “vergonha”. Isso expõe tensão diplomática entre Brasil e Itália diante da alegada perseguição política.
Estratégia política por trás do pedido
Acresce que o requerimento à Interpol serve um duplo propósito: além de buscar respaldo legal, também é ferramenta narrativa. Ao repetir termos como “Interpol” e “perseguição política”, Zambelli busca construir uma imagem de perseguição judicial, mobilizando simpatizantes e pressionando instituições.
Perguntas sem resposta
- Por que a Polícia Federal não divulgou os documentos que indicam o pedido à Interpol?
- Se há inclusão, por que a Interpol não confirma ou nega oficialmente?
- Como o Itamaraty reagirá ao requerimento, em meio ao impasse diplomático Brasil–Itália?
Conclusão
Por outro lado, a ofensiva jurídica de Zambelli é didática e estratégica: apresenta falhas na transparência das autoridades, ironiza o processo e converte um embate judicial num embate político. Em resumo, trata-se de uma manobra fria, que combina técnica jurídica com narrativa de resistência.