Tarcísio tentou intervir no STF para liberar Bolsonaro e negociar com Trump
Governador de SP tentou convencer ministros a liberar Bolsonaro para missão nos EUA, mas fracassou. Plano envolvia Trump e lobby antidemocrático.

O plano de Tarcísio para liberar Bolsonaro e salvá-lo com Trump
Não bastasse o vexame diplomático causado pela submissão ideológica de parte da extrema direita brasileira a Donald Trump, agora vem à tona que Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo e ex-ministro de Bolsonaro, tentou agir nos bastidores do Supremo Tribunal Federal para permitir que o ex-presidente deixasse o Brasil e viajasse aos Estados Unidos.
Sim, você leu certo: Tarcísio tentou convencer ministros do STF a autorizar Bolsonaro — investigado por crimes gravíssimos, incluindo tentativa de golpe de Estado — a embarcar numa missão internacional de “interlocução” com o próprio Trump. A missão? Fazer lobby em defesa de interesses bolsonaristas diante da escalada da guerra comercial entre Brasil e Estados Unidos.
Em outras palavras, tentaram usar um político inelegível e réu, às portas da cadeia, como “embaixador informal” em Washington — tudo isso para defender pautas que, em última instância, aprofundariam a dependência brasileira e sabotariam nossa soberania.
A aposta desesperada da extrema direita
A movimentação escancarou o desespero de uma ala bolsonarista que, vendo o cerco jurídico se fechar, passou a flertar abertamente com saídas autoritárias e tentativas de blindagem política via conexões externas. Tarcísio, que tenta manter uma imagem de gestor técnico e “moderado”, foi flagrado tentando interceder junto a ministros do STF. Não por razões de Estado. Mas para salvar Bolsonaro.
Por que tamanha pressa para que Bolsonaro vá aos Estados Unidos? Que tipo de negociação não pode ser feita por Itamaraty, Ministério da Fazenda ou diplomatas oficiais? Por que um inelegível, enrolado com a Justiça, deveria falar em nome do país num momento de tensão diplomática com os EUA?
A resposta é óbvia: não se trata de interesse do Brasil, mas de interesses pessoais e de um projeto político que fracassou internamente e tenta se agarrar a apoios internacionais. Em vez de aceitar as regras da democracia, buscam proteção sob as asas de Trump — o mesmo que, aliás, está em campanha e usando o Brasil como peça de barganha eleitoral.
STF ignora manobra e protege a soberania nacional
A tentativa de interferência de Tarcísio não colou. Os ministros do STF simplesmente ignoraram o pedido. E fizeram muito bem. O Judiciário não pode se tornar instrumento de manobras políticas de um grupo que continua atacando as instituições e sabotando a democracia brasileira.
Esse episódio revela, mais uma vez, a gravidade da crise bolsonarista. Mesmo fora do poder, eles seguem tentando instrumentalizar o Estado para seus fins. E isso inclui acionar governos estrangeiros — como o de Trump — para pressionar decisões internas.
Mas o tiro saiu pela culatra. A recusa do STF reforça a autoridade institucional diante da chantagem bolsonarista. E o governo Lula, por sua vez, tem aproveitado para estreitar laços com parceiros estratégicos como China e BRICS, reforçando a autonomia brasileira em relação ao velho domínio norte-americano.
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