A traição revelada: como a submissão aos EUA se voltou contra a família Bolsonaro – por Leonardo Stoppa
A tentativa dos EUA de intimidar o Brasil expôs o antipatriotismo da direita — e fortaleceu a aproximação com a China

Em mais um gesto de arrogância imperial, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, resolveu mirar suas baterias contra o Brasil. Anunciou, com fanfarra populista, um tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros — sob o pretexto cínico de “proteger a liberdade de expressão americana”.
Mas o que Trump não previu foi que essa tentativa de intimidação geopolítica explodiria no colo de seus próprios cúmplices ideológicos: os Bolsonaro.
A retaliação comercial, ao invés de enfraquecer o governo Lula, desmascarou a subserviência histórica da família Bolsonaro aos interesses norte-americanos, e acabou por fortalecer o discurso progressista e nacionalista que hoje rege a política externa do Brasil.
A conta chegou para quem sempre serviu de joelhos
Durante quatro anos, Jair Bolsonaro e seus filhos não mediram esforços para transformar o Brasil em um apêndice da extrema-direita estadunidense. Celebraram a bandeira americana, atacaram o BRICS, sabotaram acordos com a China e transformaram o Itamaraty em um balcão de submissão a Washington.
Agora, quem paga a conta dessa geopolítica servil é justamente a própria família Bolsonaro — que vê seu “mestre” Trump taxar o país que bajularam, e ainda ameaçar figuras do Judiciário brasileiro que investigam os crimes do clã.
Antipatriotismo escancarado — e a esquerda aproveita
A resposta do campo progressista foi cirúrgica. A esquerda e o governo Lula transformaram esse ataque em oportunidade. Primeiro, para expor o antipatriotismo da extrema-direita brasileira, que bate continência para uma potência estrangeira enquanto o Brasil sangra.
Segundo, para intensificar os laços comerciais, diplomáticos e tecnológicos com a China e o bloco dos BRICS. O recado foi claro: o Brasil não é colônia, e não aceitará chantagens de Washington.
O porta-voz da chancelaria chinesa, Mao Ning, foi direto: “Tarifas não devem ser usadas como instrumentos de coerção, intimidação ou interferência em assuntos internos.” Ao lado do governo brasileiro, Pequim já articula medidas para ampliar investimentos em infraestrutura, indústria e energia no Brasil — sem exigências coloniais nem ameaças disfarçadas.
Uma guinada histórica: o Brasil rompe com a dependência
O tarifaço revelou o que a esquerda vem dizendo há décadas: os EUA não têm amigos — têm interesses. E quando o Brasil não serve mais, é punido.
A reação brasileira, ao contrário do esperado por Trump, não foi de medo ou apaziguamento. Foi de firmeza. Lula chamou o embaixador americano, prometeu reciprocidade comercial e sinalizou claramente que o eixo de poder mundial está mudando. O Brasil não quer mais ser cliente dos EUA — quer ser parceiro soberano da China, da Índia, da África do Sul e da Rússia.
Bolsonaro, isolado, agora paga pela própria traição
O que resta aos Bolsonaro é a humilhação. Eduardo Bolsonaro, encolhido nos EUA, tenta justificar o injustificável. Nikolas Ferreira, em completo descolamento da realidade, aplaude sanções que atingem estudantes brasileiros. Viraram agentes de um império que já os descartou.
A direita brasileira, acostumada a repetir o mantra “Brasil acima de tudo”, agora vê seu castelo de areia afundar em suas próprias contradições. Foram desmascarados como aquilo que sempre foram: antipatriotas, entreguistas e colonizados.
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