Ex-presidente dos EUA diz que conversará com Lula e acusa o Brasil de ser “injusto com Bolsonaro”, revelando tentativa de interferência direta no Judiciário brasileiro para proteger aliado golpista

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou à cena para defender seu aliado ideológico Jair Bolsonaro. Durante entrevista, Trump disse que “vai conversar com Lula” e ainda acusou o Brasil de estar sendo “muito injusto com Bolsonaro”.

A fala, aparentemente amistosa, é na verdade um recado velado de interferência, que se soma ao aumento de tarifas contra produtos brasileiros e às ameaças da extrema-direita dos EUA — apoiadas, inclusive, por lideranças bolsonaristas.

O imperialismo disfarçado de conversa

Trump, que enfrenta seu próprio calvário judicial nos Estados Unidos, resolveu agora estender a mão ao amigo golpista do Brasil. Em suas palavras:

“Eu gosto muito do presidente do Brasil. Acho que ele está sendo tratado muito injustamente. É algo que vamos discutir com o presidente Lula.”

Sim, Trump diz que pretende “discutir” com Lula a situação de Bolsonaro — como se o Judiciário brasileiro fosse um departamento da diplomacia americana.

É um absurdo jurídico, político e diplomático. Lula é presidente da República, não chefe de tribunal. E qualquer tentativa de politizar o julgamento de um criminoso que atentou contra a democracia é uma afronta direta à soberania do Brasil.

Trump age como advogado de golpistas

Não é de hoje que Trump atua como padrinho internacional da extrema-direita. Tentou dar golpe nos EUA, fracassou. Bolsonaro tentou copiar, também fracassou. Agora, Trump tenta se impor no cenário internacional como defensor dos “perseguidos políticos” — e Bolsonaro é o novo garoto-propaganda dessa farsa.

É a mesma estratégia usada por Eduardo Bolsonaro, que sugeriu que empresas brasileiras migrem para os EUA, e por Malafaia, que disse que Trump “vai pegar Moraes e Gonet na pessoa física”.

Ou seja, não se trata de uma frase isolada. Trata-se de uma campanha articulada de intimidação e chantagem internacional.

Lula não vai ceder — e o Brasil não vai recuar

A resposta do governo brasileiro até aqui tem sido firme: o Brasil é soberano, e quem atenta contra a Constituição será julgado pela Justiça brasileira, e só por ela.

Não cabe a Trump, Malafaia ou qualquer outro representante da extrema-direita estrangeira ditar as regras do jogo democrático em nosso país. A tentativa de interferência diplomática escancara o pavor do bolsonarismo diante da iminente condenação judicial de seu líder.

Trump está desesperado por aliados — e Bolsonaro por salvação. Mas nem um, nem outro, terão o que querem.


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