Redação

Não é exagero dizer: a extrema-direita brasileira perdeu completamente qualquer verniz de soberania. A mais nova demonstração veio do pastor Silas Malafaia, que afirmou com todas as letras que Donald Trump vai “pegar Alexandre de Moraes e Paulo Gonet na pessoa física”.

Sim, você leu certo. Um líder religioso, porta-voz do bolsonarismo, está dizendo publicamente que um ex-presidente estrangeiro vai perseguir — fisicamente — ministros das instituições democráticas brasileiras.

Uma ameaça grave e internacionalizada

Em entrevista à Folha de S. Paulo, Malafaia fez questão de personificar o que deveria ser um debate político. Disse:

“Eles vão ser pegos na pessoa física. Pode escrever o que estou dizendo.”

O alvo da ameaça são Alexandre de Moraes, ministro do STF, e Paulo Gonet, procurador-geral da República. Ambos são figuras centrais no combate aos atos golpistas e na responsabilização das milícias digitais bolsonaristas.

E o agente da “vingança”? Donald Trump — o mesmo que agora impõe tarifas abusivas ao Brasil e tenta chantagear todo o Sul Global com medidas protecionistas.

“Quem é o Brasil para peitar os EUA?” — o desespero entreguista

Em um vídeo publicado pouco antes, Malafaia já havia dado o tom do que viria:

“Quem é o Brasil para peitar os Estados Unidos?”

A frase, carregada de complexo de vira-lata, escancara o entreguismo bolsonarista. Para eles, defender o Brasil frente ao imperialismo norte-americano é um ato de loucura. A lealdade não é à pátria, é a Trump.

Uma nova fase da guerra política: a ameaça física e internacional

O que Malafaia propõe, no fundo, é transformar o debate institucional brasileiro em um ajuste de contas transnacional, com o judiciário brasileiro sendo atacado por forças externas. É a radicalização de uma lógica golpista: como perderam dentro do Brasil, apelam agora ao estrangeiro.

Se o bolsonarismo antes já flertava com o fascismo, agora ele avança para a lógica colonial: pedir intervenção de potências contra a soberania nacional.

O silêncio é cúmplice

É assustador o silêncio institucional que cerca declarações como essa. Se fosse qualquer cidadão dizendo que alguém “vai ser pego na pessoa física”, já seria grave. Vindo de um líder religioso com enorme audiência e influência, isso é uma incitação à violência política — agravada pelo fator internacional.

Está na hora das instituições democráticas agirem. E rápido. Porque o bolsonarismo, acuado, perdeu o senso de limite e agora flerta com o terrorismo político e diplomático.

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