Redação

O bloguismo de ódio levou um tombo histórico. Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal, determinou uma multa de R$ 7,3 milhões contra Allan dos Santos, o foragido da Justiça que virou símbolo da propaganda golpista bolsonarista. A razão? Simples e devastadora: manter no ar vídeos que incitam golpe de Estado, atacam ministros da Corte e espalham fake news sobre o sistema eleitoral.

É a conta — atrasada — de anos de impunidade digital. Só que agora, a farra acabou.

Desobediência criminosa e arrogância digital

Mesmo notificado, Allan manteve no ar dezenas de conteúdos em seus canais, afrontando diretamente decisões judiciais. Pior: fez disso um espetáculo, como se fosse prova de coragem, quando na verdade escancarava a estratégia do caos bolsonarista — transformar criminoso em mártir.

A multa de 7,3 milhões a Allan dos Santos não veio do nada. É resultado de 73 vídeos irregulares que continuaram publicados, mesmo depois da ordem expressa para remoção. A cada vídeo, R$ 100 mil.

Ora, quem desafia uma ordem do Supremo como se estivesse acima da Constituição, está dizendo ao país que não reconhece as instituições democráticas.

Um golpe que nunca terminou

Allan não age sozinho. Ele é peça de uma engrenagem bem maior — a máquina de desinformação que preparou o terreno para os atos golpistas de 8 de janeiro. Enquanto ele, de fora do país, lançava ataques diários ao STF, aqui dentro se mobilizavam acampamentos, financiamentos escusos, e influenciadores pagos para fomentar o caos.

Essa multa, portanto, é mais do que um castigo individual. É uma mensagem institucional: o tempo da imunidade digital da extrema-direita acabou. Quem promover ataque às instituições democráticas — ainda que por trás de um microfone ou de um canal de YouTube — vai pagar.

Liberdade de expressão não é salvo-conduto para o crime

Bolsonaristas agora gritam “censura”, como de costume. Mas o que está em jogo não é opinião, e sim ataque à ordem constitucional. Defender golpe não é liberdade de expressão — é crime. E se não bastasse o desprezo pela democracia, ainda houve lucro com isso: monetização em plataformas, doações suspeitas e engajamento pago.

A multa é, na verdade, simbólica diante do dano causado. Mas serve de alerta: se antes a desinformação era premiada com likes, agora será punida com cifras — e com cadeia, se preciso.

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