Silas Malafaia comemora a volta de Bolsonaro ao centro político global com a tarifa dos EUA, mas o verdadeiro impacto pode estar no nascimento de uma economia mais industrializada e menos dependente de importações.

Bolsonaro de volta ao palco – e o Brasil à emancipação

Silas Malafaia celebrou com entusiasmo o fato de que a tarifa de 50 % proposta por Trump teria “devolvido Bolsonaro ao jogo”, colocando-o como vítima global e pressionando o STF e o governo Lula a recuarem. Mas, enquanto ele comemora o retorno midiático do ex-presidente, temos outro foco: a oportunidade real de transformar o Brasil pela industrialização.


Tarifa de Trump contra o Brasil: risco ou oportunidade?

Mesmo que a sobretaxa não se concretize, ou mesmo que se torne realidade, não há crise à vista. A economia brasileira — ensinada pela mão invisível de Adam Smith, mesmo com o governo ajustando alguns mecanismos — reagirá como sempre: criando estímulo. Quando o custo de exportar soja, minério ou petróleo aumentar, o caminho será simples: beneficiar essas matérias-primas aqui dentro.


Do grão ao aço: agregando valor no chão de fábrica

Já vimos isso antes: quando o grão de café começou a ser beneficiado no Brasil, nasceu o café solúvel brasileiro. Agora, imagine que a tarifa encareça o minério exportado. Isso vira incentivo para criar siderúrgicas, processar aqui e gerar produtos manufaturados com maior valor agregado. Mesmo o petróleo brasileiro pode ser refino no Brasil novamente, em vez de exportado e importado depois como derivado.


O fim da lógica metrópole-colônia

Essa tarifa revela o bloqueio histórico do modelo que exporta matéria-prima e importa industrializados. O choque pode acelerar a ruptura: mais tecnologia, mais empregos, mais autonomia econômica. O Brasil terá capacidade de produzir alimentos processados, aço, derivados de petróleo — e exportar para outros mercados, inclusive dentro do BRICS.


Obrigado, Trump — e viva os BRICS

A retórica de Trump — explicitando o medo americano em enfrentar um Sul Global forte — desmonta as narrativas de teoria conspiratória. Ele diz que quer “proteger” seus interesses e ameaçar qualquer país que se alinhe ao BRICS. Mas, ao fazer isso, ele ajuda a unificar os emergentes e a revelar que a única via de equilíbrio é a cooperação multilateral e a industrialização regional.


Conclusão: crise para quem?

Para quem acha que o mundo vai desabar, calma. A tarifa de Trump contra o Brasil pode ser um estopim, sim — mas de libertação industrial, não de colapso. A frase‑chave “tarifa de Trump contra o Brasil” é o gatilho para repensar nossa economia: da agricultura crua ao bem manufaturado. Bolsonaro pode ter voltado aos holofotes, mas o país pode estar ganhando um futuro com mais valor agregado e menos dependência externa.


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