Congresso dos EUA aprova megaprojeto orçamentário de Trump
Pacote de quase US$ 4 trilhões consolida agenda radical do segundo mandato, amplia cortes sociais e reforma tributária
O Congresso norte‑americano aprovou, por estreita margem, o megaprojeto orçamentário do presidente Donald Trump, apelidado de “Big Beautiful Bill”. Trata-se de uma proposta que reúne cortes drásticos em programas sociais, expansão de impostos vitalícios e novos subsídios militares e migratórios — um golpe estruturado no saldo fiscal e na redistribuição entre pobres e ricos.
Estrutura do pacote
O texto unifica permanência de cortes tributários de 2017, isenção de impostos sobre gorjetas e horas extras, seguidos por profunda redução de financiamento ao Medicaid e SNAP, além de repasses bilionários para defesa, vigilância de fronteiras e reforço à imigração.
Corte na assistência social
Estimativas apontam que até 12 milhões de americanos podem perder o acesso a planos de saúde (Medicaid), enquanto milhões perderão os benefícios alimentares do SNAP. Apesar da justificativa republicana de conter fraudes, especialistas alertam para consequências devastadoras à população vulnerável.
Implicações fiscais
Conforme o Congressional Budget Office, o pacote elevará a dívida pública entre US$ 3,3 tri e US$ 3,8 tri na próxima década. A estratégia de “Robin Hood invertido” beneficia 5 % mais ricos com alívio fiscal, enquanto transferências regressivas atingem diretamente os menos favorecidos.
Debate político acirrado
A votação foi apertada: 218 a 214 na Câmara e 51 a 50 no Senado, com voto decisivo do vice‑presidente JD Vance. A oposição democrata denunciou que o texto sacrifica os mais pobres para favorecer a elite. Mesmo dentro do próprio partido, houve dissidência e protestos tardios que tentaram retardar a tramitação.
Significado simbólico e efeitos práticos
O projeto simboliza o controle incontestável de Trump sobre os republicanos, consolidando seu legado em novas políticas permanentes. Ao mesmo tempo, impõe limites à ação futura do Estado, reduzindo recursos para escolas, saúde e segurança social. O impacto eleitoral e econômico já é debatido como um divisor de águas na política americana.
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