Ex-chefe da Secom afirma que contatos com família de Mauro Cid foram “pessoais” e anuncia medidas legais contra delator

Em 1º de julho de 2025, o ex-chefe da Secom, Fábio Wajngarten, prestou depoimento à Polícia Federal em São Paulo e negou veementemente as acusações da defesa do tenente-coronel Mauro Cid, que o acusou de tentar influenciar a delação premiada. Ao deixar a PF, afirmou que prepara ação judicial por “denunciação caluniosa”.


Alegações da defesa de Cid

Segundo a defesa de Mauro Cid, Wajngarten, junto com outros advogados de Jair Bolsonaro, teria pressionado a mãe, a esposa e a filha do militar—mesmo após a homologação da delação em setembro de 2023—para que ele trocasse de defesa, configurando tentativa de obstrução de justiça.


A versão de Wajngarten

O ex-assessor reconheceu ter contatado a família apenas uma vez, no auge de agosto de 2023, por solicitação do pai de Cid — o general — para inscrever a neta em campeonato de hipismo. Rechaçou qualquer interferência no processo, classificando a acusação como tentativa de tumultuar o inquérito.


Postura investigativa da PF e STF

O depoimento foi determinado pelo ministro Alexandre de Moraes no âmbito do inquérito que apura possível tentativa de influência no acordo de delação. Além de Wajngarten, foram ouvidos também Eduardo Kuntz, advogado de Marcelo Câmara, e Paulo Cunha Bueno, advogado de Bolsonaro — todos sob suspeita de envolvimento.


Pedido de ação judicial

Chamando a acusação de “infundada”, Wajngarten afirmou que estuda entrar com ação por denunciação caluniosa contra Mauro Cid ou terceiros responsáveis, para garantir responsabilidade por eventuais danos à sua imagem.


Por que isso importa

  • Limites entre defesa e obstrução: o caso pressiona a linha legal entre representação jurídica e ingerência em depoimentos.
  • Precedente institucional: decisões podem definir parâmetros para futuros casos de denúncias em delações criminais.
  • Equilíbrio de narrativa: Wajngarten tenta transformar acusação em responsabilidade por atacar sua reputação — reacendendo debate sobre uso da Justiça como arma política.

Conclusão

Ao negar interferência e planejar retrucadas legais, Wajngarten tenta neutralizar acusações e defender sua reputação. Cabe à PF e ao STF avaliar se houve, de fato, tentativa de influenciar Cid — ou se a resposta do ex-assessor representa tentativa de blindar sua atuação política.


VEJA MAIS
Justiça do DF valida empréstimo de R$ 3,1 milhões ao senador Flávio Bolsonaro pelo BRB
Bolsonaro passa mal novamente e cancela compromissos em Brasília

Compartilhe:

2 comentários sobre “Wajngarten nega interferência e anuncia ação contra Cid por denunciação caluniosa

Deixe comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos necessários são marcados com *.