Influenciador é absolvido em processo por post no X; Hang será condenado a arcar com custos judiciais

Em 1º de julho de 2025, o influenciador Thiago dos Reis, ligado ao PT e criador do canal “Plantão Brasil” com mais de 1,5 milhão de inscritos, saiu vitorioso na Justiça de Santa Catarina em processo movido por Luciano Hang (“véio da Havan”). O juiz reconheceu que a expressão crítica baseou-se em fatos públicos e afirmou que “a verdade dói”.


O post polêmico

Reis compartilhou uma mensagem no X responsabilizando Hang por suposto financiamento a um site que incitava atentados ao STF, citando alegadas ligações de empresários com planos golpistas. Hang solicitou remoção imediata da publicação e indenização de R$ 100 mil por danos morais.


Defesa baseada em interesse público

O advogado de Thiago fundou sua defesa em documentos do STF relativos a buscas e apreensões envolvendo oito empresários, incluindo Hang. Declarou que tais informações já haviam sido amplamente divulgadas por veículos como UOL, BBC e JOTA, e que era dever do influenciador relatar o conteúdo ao público.


Decisão judicial

O juiz Gilberto Gomes de Oliveira Junior considerou que não houve calúnia, injúria ou difamação. A sentença observou que o autor atuou no âmbito do jornalismo — “o exercício legítimo e constitucional do jornalismo” — reforçando que não cabe censura quando se trata da divulgação de notícias de interesse público.


Consequências

  1. Vitória da liberdade de imprensa: a sentença reafirma que críticas baseadas em documentos oficiais estão protegidas pela Constituição, mesmo que causem incômodo.
  2. Custos a cargo de Hang: o empresário foi condenado a arcar com as despesas processuais e honorários advocatícios, fixados em 10% do valor da causa.
  3. Aviso contra ataques judiciais: a decisão reforça a posição de que usar o Judiciário para censurar críticos representa um ataque à democracia deliberativa.

Conclusão

O caso representa um triunfo da liberdade de expressão no ambiente digital e uma barreira ao uso de ações judiciais como instrumentos de constrangimento. Ao declarar que “a verdade dói”, o juiz lembrou que o espaço público pertence à sociedade, não a possíveis censores — mesmo se poderosos.


VEJA MAIS
Bolsonaro é “plano A” do PL para 2026, reforça líder partidário
Eduardo Bolsonaro diz que quer conversar com Ciro, dono do PCO, e brizolistas

Compartilhe:

Deixe comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos necessários são marcados com *.