Ministro impede filhos de Jair Bolsonaro de depor no processo que investiga tentativa de golpe, alegando vínculo com inquéritos correlatos

Nesta terça-feira, 1º de julho de 2025, o ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito que apura o chamado “núcleo 2” da trama golpista, negou o pedido da defesa de Filipe Martins para incluir os filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro — Carlos e Eduardo — como testemunhas de defesa.


Motivo da decisão

Moraes fundamentou a recusa na condição de investigados de ambos: Eduardo Bolsonaro, deputado licenciado, é investigado por suposta coação e organização criminosa; já Carlos Bolsonaro, vereador, foi indiciado pela Polícia Federal no esquema da “Abin paralela”. O ministro afirmou que a eventual parcialidade decorrente desses vínculos inviabiliza o papel de testemunhas imparciais.


Contexto processual

A defesa havia arrolado 23 pessoas além de Carlos e Eduardo — incluindo diplomatas e militares — para depoimentos por videoconferência, previstos entre 14 e 21 de julho. A negativa de audição dos filhos de Bolsonaro reduz a lista a 21 testemunhas, sem comprometer o calendário já estabelecido por Moraes.


Implicações jurídicas e políticas

  1. Clareza institucional: Moraes reforça que investigados não podem servir como testemunhas em casos correlatos, evitando conflitos de interesse.
  2. Precedente importante: a decisão estabelece padrão para outros réus ligados à trama, indicando transparência e cuidado processual.
  3. Pressão à defesa: negativa acrescenta desgaste à estratégia do grupo de acusados, que terá que recorrer ao STF para contestar o ato.

Conclusão

Ao rejeitar o arrolamento de Carlos e Eduardo Bolsonaro, Alexandre de Moraes reforça os limites institucionais e impede que investigados participem da narrativa de defesa em casos que poderiam lhes beneficiar. A manobra reforça o rigor processual do STF, mas provoca tensão na base bolsonarista — que repudia a decisão como “politicamente motivada”.


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