Defesa de Bolsonaro acusa delator Mauro Cid de mentiras no STF
Advogados contestam narrativa do ex-ajudante presidencial e pedem anulação da delação

Em primeiro lugar, a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro apresentou nesta segunda-feira (30/06/2025) ao Supremo Tribunal Federal um relatório de 24 páginas acusando o delator Mauro Cid de “mentiras cada vez mais descaradas” e possível destruição de provas, abrindo caminho para a nulidade de sua delação premiada.
As contradições apontadas
A acusação baseia-se em dados fornecidos pela Meta e pelo Google, que indicam ligações entre o e-mail de Cid e o suposto perfil instigador de mensagens críticas à Corte, além de apontar que o perfil foi criado de um IP associado à residência do militar em Brasília. A defesa sustenta que Cid omitiu essa operação ao depor — o que configura violação do acordo.
Reação jurídica
Além de requerer a quebra da delação, os advogados insinuam que Cid buscou prolongar a investigação por meio de “comportamento duplo”: negou ter contas nas redes sociais em depoimento, apesar dos registros técnicos. Esse embate está previsto para intensificar-se com oitiva dos advogados ligados à trama e agentes da Secom.
Por que isso importa
- Fragiliza a acusação central: Mauro Cid é o principal delator da suposta trama de golpe; desgaste em sua credibilidade enfraquece a acusação contra Bolsonaro.
- Reforço à estratégia de defesa: inocular dúvidas sobre a lisura de provas pode atrasar ou inviabilizar desdobramentos penais.
- Efeito prático: se comprovada a quebra de sigilo e omissões, a delação pode ser anulada pelo tribunal.
Conclusão
A ofensiva da defesa marca uma virada estratégica: da negação genérica à contestação técnica e jurídica dos relatos de Mauro Cid. Agora, cabe ao STF avaliar se tais inconsistências são suficientemente graves para desmantelar a colaboração premiada — um veredicto que poderá definir o rumo da ação penal e o peso das investigações que se seguem.
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