Governo busca compensar perda de R$ 10 bi com cortes de privilégios e ajustes fiscais

Em primeiro lugar, após o Congresso derrubar a tentativa de aumento do Imposto sobre Operações Financeiras, gerando uma perda de aproximadamente R$ 10 bilhões para os cofres públicos, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, lançou um plano de ajuste que aposta no corte de gastos – especialmente contra supersalários, subsídios e pensões militares.


1. Corte de supersalários

A proposta gira em torno da limitação de penduricalhos que elevam os salários de magistrados, promotores e servidores acima do teto constitucional. A medida já foi aprovada no Senado em 2016, mas nunca foi analisada pela Câmara – o que agora será prioridade, conforme o governo.


2. Revisão dos subsídios

Outra frente é a negociação para reduzir até parte dos incentivos fiscais concedidos a setores produtivos. O montante, que pode chegar a R$ 800 bilhões em renúncias tributárias, tem sido alvo de debates com o Congresso, com foco nos 17 segmentos contemplados atualmente.


3. Previdência militar

Com déficit substancialmente maior que o do INSS – cerca de R$ 159 mil por beneficiário ao ano – o regime militar está na mira de uma reforma que inclui idade mínima na reserva e revisão de pensões automáticas.


4. Pressão do mercado

O setor financeiro, por sua vez, defende medidas ainda mais duras, como o congelamento do salário mínimo em termos reais por até seis anos, desvinculação dos reajustes previdenciários e cortes em gastos obrigatórios com serviços públicos.


5. Educação e saúde sob controle fiscal

No pacote, estão ainda ajustes previdenciários no Fundeb e revisão das vinculações constitucionais com saúde e educação, com o objetivo de conter o ritmo de expansão desses gastos.


Por que isso importa

  • Consistência fiscal: o governo busca substituir recursos emergenciais por medidas estruturais para garantir sustentabilidade.
  • Conflito político: os cortes tocam áreas sensíveis e enfrentarão resistência de judiciário, Congresso e setores sociais.
  • Relevância social: ao mirar subsídios e salários, o impacto pode atingir desde carreiras públicas até o poder de consumo do cidadão.

Conclusão

Haddad apresenta um plano de contenção claro: cortar privilégios, igualar sacrifícios e evitar que os ajustes recaiam apenas sobre os mais vulneráveis. Resta saber se o Congresso acatará essa agenda e se o mercado aceitará a moderação do ajuste — o impasse entre responsabilidade fiscal e justiça social definirá o rumo das contas públicas nos próximos anos.


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1 comentário em “Supersalários, militares e subsídios: as propostas de Haddad após derrubada do IOF

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