Moraes marca depoimentos de Carlos e Eduardo Bolsonaro no STF na trama golpista
Ministro designa filhos de Bolsonaro como testemunhas do “núcleo 2” da suposta tentativa de golpe
Em primeiro lugar, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, estabeleceu que os filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro — Carlos e Eduardo — prestem depoimento como testemunhas de defesa em uma ação penal que apura tentativa de golpe de Estado. O marco acontece no âmbito do chamado “núcleo 2” da suposta trama golpista.
Cronograma e formato
As oitivas estão previstas para ocorrer entre 14 e 21 de julho, no formato de videoconferência. Carlos e Eduardo Bolsonaro foram escalados para depor no dia 16, na condição de testemunhas do ex-assessor Filipe Martins, apontado como autor da chamada “minuta do golpe” e de ações junto à PRF para interferir no voto no Nordeste em 2022.
Quem integra o “núcleo 2”
Além de Martins, o grupo investigado inclui cinco figuras com vínculos institucionais — um delegado da PF, um coronel da reserva do Exército, outra delegada da PF, um general da reserva e um ex-diretor da PRF. Todos respondem por crimes como tentativa de golpe, organização criminosa armada e dano qualificado.
Restrições às defesas
Foram indeferidos pedidos de depoimento do ex-presidente, de ministros e de outros investigados, com base na jurisprudência do STF, que proíbe a oitiva de réus em processos conexos como testemunhas.
Por que isso é relevante
- Fortalecimento da investigação: a convocação dos filhos de Bolsonaro adiciona peso político à apuração.
- Movimento processual acelerado: com o alto número de oitivas (118 testemunhas), Moro demonstra avanço da investigação.
- Jogada estratégica da defesa: ouvir figuras centrais pode fortalecer os argumentos de contestação, mostrando consistência na linha defensiva.
Conclusão
Com os depoimentos de Carlos e Eduardo Bolsonaro agendados, a fase de instrução do inquérito entra em um momento decisivo. O STF sinaliza que não hesita em confrontar episódios envolvendo figuras de destaque do bolsonarismo — e, nas próximas semanas, o caso ganhará importância jurídica e simbólica, colocando o tribunal em posição central no embate sobre a tentativa de golpe.
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